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Paranaíba, 26 de abril

Pesquisa de acadêmica da UFMS com trabalhadoras rurais é premiado

No meio rural as mulheres estão envolvidas em todas as atividades realizadas

Por Da redação
21/10/2020 • 15h30
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A pesquisa “Trabalhadoras rurais: as mulheres de Mato Grosso do Sul”, realizada por Brunna Oliveira, estudante de Psicologia, e orientada pela professora Ana Cláudia dos Santos, foi premiada na categoria “Melhor Avaliado” no Integra UFMS 2020.

O objetivo do estudo foi analisar as práticas de trabalho de mulheres que residem em assentamentos rurais no estado de Mato Grosso do Sul, a partir da produção científica da pós-graduação de quatro instituições: UFMS, UEMS, UFGD e UCDB.

Segundo Brunna, os estudos mostram que no meio rural as mulheres estão envolvidas em todas as atividades realizadas, mas o seu trabalho não é reconhecido e sim visto como ajuda. “Essa falta de reconhecimento da mulher enquanto trabalhadora rural afeta diversas questões em sua vida, influencia a subjetividade desse sujeito, determina os processos de adoecimento e de saúde, tanto físicos quanto mentais”, explica.

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Durante a revisão narrativa realizada pela estudante, foram encontrados 561 textos. Entretanto, apenas duas pesquisas abordavam o trabalho da mulher no meio rural. “Nós realizamos uma leitura detalhada de sete textos que traziam alguma informação do trabalho, mas identificamos que destas, duas pesquisas de fato traziam elementos para compreender o trabalho dessas mulheres”, conta Brunna.

Os resultados mostraram que existem poucos estudos sobre o tema no estado e a psicologia não esteve presente entre os textos analisados. “É necessário que se realize mais estudos, que se investigue a mulher indígena, a trabalhadora rural assalariada, as mulheres que trabalham no agronegócio e as diversas identidades que existem no meio rural do estado. Além disso, aspectos relacionados a subjetividade desses sujeitos que são desenvolvidos no meio em que vivem e na relação com o trabalho não foram analisados, a psicologia tem muito a contribuir nesse ponto”, afirma.

De acordo com a estudante, mais estudos sobre essas mulheres em todo o país podem colaborar com o reconhecimento do trabalho que elas realizam e dos seus direitos enquanto trabalhadoras. “Quando nós, futuros pesquisadores e profissionais, formos atuar com essas mulheres, nós vamos nos deparar com situações causadas por essa falta de reconhecimento do trabalho dessas mulheres. Por isso é fundamental compreender como isso ocorre, se é algo estrutural ou não, para saber o que devemos fazer para contribuir com a melhoria na qualidade de vida dessa trabalhadora”.

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