Escrever a respeito das tendências para economia, negócios e investimentos já não é mais exclusividade dos economistas.
Na tentativa de elevar os ganhos e reduzir os riscos associados a um investimento, a ordem é diversificar também nas fontes de análises.
Neste cenário, ganham terreno os astrólogos, capazes de auxiliar na escolha de um papel, na orientação de uma carreira e até na tomada de decisões corporativas.
Assim como as análises gráficas e fundamentalistas, os interessados na astrologia, agora contam com recomendações místicas.
Com análises diárias, Mauricio Bernis, da AstroBrasil, faz relatórios em que aconselha compra e venda de ações, além de ser capaz de identificar o perfil do investidor e avaliar o potencial de determinados papéis.
E não é de hoje que investidores têm se utilizado de recursos astrológicos. O banqueiro J.P Morgan, um dos apreciadores dessa ciência, usou a frase: "Milionários não usam astrologia. Bilionários, sim", para justificar o sucesso que teve na bolsa de Nova York, quando previu a queda e optou pelos mercados futuros, em 1932.
A consultoria astrológica funciona por meio de um mapa astral que é utilizado também para orientar executivos sobre o futuro dos negócios, acordos, aquisições e até relacionamentos entre sócios.
Segundo Bernis, os executivos que buscam esse tipo de ajuda, na maioria das vezes, já fizeram alguma imersão na astrologia. "Eles já são usuários da astrologia pessoal e querem expandir esse conhecimento para os negócios."
O especialista, que atua como consultor, explica que o mapa astral pode ser feito por meio da data de abertura do negócio, ou do primeiro contrato social.
"O tipo de atividade da empresa também é levado em consideração. Com base nisso, fazemos o trabalho de análise. Podemos ainda combinar o mapa astral da empresa com o dos executivos, além de fazer uma comparação com um movimento coletivo do ramo da companhia."
E mesmo com a avaliação nas mãos, na maioria das vezes o material não ganha divulgação dentro das empresas. "O material fica restrito aos presidentes."
O astrólogo explica que ainda existe preconceito com a utilização dos mapas, mas revela que executivos têm usado com frequência o recurso e, em alguns casos, só fecham acordos após a consulta astral.
O sucesso é tanto que o astrólogo Bernis já estuda abrir um clube de investimentos em parceria com a Corretora Magliano, do ex-presidente da BM&FBovespa Raymundo Magliano Filho, voltado para investidores simpatizantes da astrologia.
"Os investidores receberão diariamente recomendações e indicativos se as ações de determinada empresa vão abrir com variação positiva ou negativa."
Questionado sobre o confronto entre a recomendação astral e as dadas pela corretora, o astrólogo é enfático: "Vai prevalecer à feita com base na astrologia."
As recomendações são feitas com auxílio de um software e, segundo ele, o relatório sai em até 30 dias. Por meio do desenho astronômico, o especialista, que garante acertar em 80% dos casos, informa as forças e fraquezas da companhia, além de análises cíclicas e posicionamento no mercado.