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Dólar fecha o mês em queda mesmo com medida do governo

A incerteza sobre a dívida soberana e o crescimento econômico dos Estados Unidos derrubou o dólar em todo o mundo

O dólar fechou no em baixa nesta sexta-feira (29). A moeda encerrou cotada a R$ 1,551 para venda, com baixa de 1,15%. Com isso a moeda norte americana tem a maior baixa desde o dia 7 de março. No acumulado do mês, a desvalorização é de 0,70% e, no ano, de 6,90%.

A incerteza sobre a dívida soberana e o crescimento econômico dos Estados Unidos derrubou o dólar em todo o mundo, devolvendo a moeda ao patamar de R$ 1,55 após dois dias de alta.

Nos últimos dois dias, o dólar havia registrado alta de quase 2% com a adoção de um imposto sobre operações com derivativos de câmbio. A moeda era cotada antes nos menores níveis desde 1999, e o governo tinha a intenção de frear a valorização do real para proteger as exportações.

A notícia de que os Estados Unidos crescem a um ritmo mais lento do que o previsto também abalou o dólar.

Dados da consultoria norte-americana EPFR mostraram que fundos de mercado aberto, repletos de títulos do Tesouro norte-americano, perderam US$ 37,02 bilhões nesta semana, em favor principalmente de fundos alemães e de mercados emergentes, como o Brasil.

"O mercado é escasso de comprador. Não tem ninguém querendo comprar dólar, só o Banco Central", disse à Reuters José Carlos Amado, operador de câmbio da corretora Renascença.

A autoridade monetária realizou dois leilões de compra de dólar no mercado à vista nesta sexta-feira, repetindo a atuação dos últimos dois dias.

Agosto
Em agosto, a tendência do dólar depende basicamente do resultado das negociações no Congresso dos Estados Unidos. Mesmo que um calote seja evitado, as agências de classificação de risco ameaçam reduzir a nota da dívida norte-americana, o que poderia adicionar pressão à queda da divisa.

No Brasil, contudo, permanece a ameaça da atuação do governo. Após impor a taxa sobre operações com derivativos, as autoridades –sob a iniciativa do Conselho Monetário Nacional (CMN)– podem aumentar a alíquota do imposto ou exigir depósitos de margem adicionais.

"Em outubro de 2010, o governo elevou o imposto sobre investimentos estrangeiros em renda fixa duas vezes", escreveram analistas do BNP Parobas, em relatório.