O mercado financeiro cortou suas previsões para o crescimento econômico brasileiro e a taxa de juro neste ano e no próximo, mas elevou os cenários para a inflação, mostrou o relatório Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira. O prognóstico para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011 caiu de 3,79% na semana passada para 3,67%, enquanto o de 2012 recuou de 3,90% para 3,84%.
A estimativa para a taxa básica de juro (Selic) neste ano foi revista de 12,50% para 12,38%, e para o ano que vem caiu de 12,38% para 11,88%. Recentemente, em meio à turbulência global decorrente de temores sobre a economia mundial, sobretudo a dos Estados Unidos, analistas veem a possibilidade de um crescimento menor no Brasil, abrindo espaço para queda de juro em algum momento.
Recentemente, em meio à turbulência global decorrente de temores sobre a economia mundial, sobretudo a dos Estados Unidos, analistas veem a possibilidade de um crescimento menor no Brasil. O cenário externo também levou o Comitê de Política Monetária (Copom) a surpreender o mercado na semana passada, reduzindo a taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto percentual, para 12%.
"A Selic ainda não foi totalmente incorporada. O mercado vai esperar a ata para rever mais as previsões. De qualquer forma, espero continuidade no movimento de queda, tanto para este ano quanto para o ano que vem", disse Luciano Rostagno, estrategista-chefe da CM Capital Markets.
"O IPCA já está refletindo o corte inesperado do juro, com alta forte das expectativas para 2012. O crescimento está mais seguindo a deterioração do cenário externo e um pouco do pessimismo do BC sobre o impacto do cenário externo sobre a economia doméstica", acrescentou
O Focus acrescentou que a projeção para inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano passou de 6,31% para 6,38%, subindo pela terceira semana, enquanto a do ano que vem foi revista de 5,20% para 5,32%, na primeira semana de alta.
A meta do governo para a inflação nos dois anos tem centro em 4,5% e tolerância de dois pontos percentuais. O prognóstico para o IPCA nos próximos 12 meses subiu de 5,47% para 5,53%, na segunda semana de alta. A previsão para a taxa de câmbio no final deste ano permaneceu em R$ 1,60 por dólar. A projeção no final de 2012 foi mantida em R$ 1,65.