Os preços dos alimentos, que haviam registrado queda de 0,34% em julho, voltaram a subir em agosto e puxaram a alta de 0,37% do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no mês passado. O grupo teve alta de 0,72%, causando um impacto de 0,17 ponto porcentual, o correspondente a 45% do índice geral do mês, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nessa terça-feira.
Vários produtos aumentaram de preço, com destaque para as carnes, que saíram de um recuo de 1,12% em julho para uma alta de 1,84% em agosto. O item exerceu o principal impacto individual no IPCA de agosto, de 0,04 ponto porcentual. Quanto aos itens não alimentícios, a variação foi de 0,26% em agosto, abaixo dos 0,31% de julho.
O IPCA é o índice usado como referência para a meta de inflação – de 4,5%, com possibilidade de oscilação de dois pontos para mais ou para menos. Com o resultado de agosto, o indicador acumula alta de 4,42% no ano e de 7,23% nos últimos 12 meses – maior patamar desde junho de 2005 e bem acima do limite máximo da meta.
Em agosto, aceleraram os preços de Habitação (de 0,27% em julho para 0,32% em agosto), especialmente do aluguel residencial (de 0,46% para 1,06%), item que exerceu o segundo maior impacto no mês no IPCA), e da taxa de água e esgoto (de 0,33% para 1,05%).
Já a alta dos Eletrodomésticos (de -0,32% para 2,38%), com destaque para refrigerador (de -0,29% para 3,29%) e máquina de lavar (de -1,58% para 3,18%), influenciaram o resultado do grupo artigos de residência (de 0,03% para 0,57%). Os artigos de Vestuário (de 0,10% para 0,67%) também contribuíram para a maior taxa de agosto do IPCA, com destaque para roupas femininas (de -0,26% para 1,18%) e masculinas (de 0,19% para 0,75%), refletindo o fim das promoções de inverno e a entrada da coleção primavera-verão.
Os salários dos empregados domésticos (de 1,26% para 0,72%), embora tenham continuado em alta, subiram menos que no mês anterior. Mesmo assim, o grupo das Despesas Pessoais (de 0,49% para 0,50%) apresentou resultado muito próximo ao do mês anterior, já que outros itens mostraram alta, como os serviços de cabeleireiros (de -1,10% para 0,97%).
O grupo Educação teve pequena alta (de 0,11% para 0,17%). Os colégios variaram 0,11%, enquanto os cursos diversos (informática, idioma, etc.) apresentaram alta de 0,91%. O grupo Alimentação e Bebidas também teve aumento de preços, passando de uma queda de 0,34% em julho para uma alta de 0,72% em agosto. Por outro lado, caíram os preços de Transportes (de 0,46% para -0,11%) e Comunicação (de -0,04% para -0,06%). O grupo Saúde e Cuidados Pessoais registrou desaceleração de +0,47% para +0,43%.