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Três Lagoas, 30 de abril

Olha os anúncios do jornal!

Como uma empresa de comunicação, o Jornal do Povo comercializa espaços publicitários desde sua criação

Por Redação
01/07/2019 • 09h53
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Ter anúncio publicado em um jornal, quando toda a imprensa brasileira ainda era composta em tipografia, era artigo de luxo para a maioria das empresas. Ter um anúncio com imagem, fotografia, logotipos, então, muito mais.

Como uma empresa de comunicação, o Jornal do Povo comercializa espaços publicitários desde sua criação. Lojas, profissionais liberais e empresas de modo geral anunciam seus produtos e serviços ao leitores, hoje, de maneira muito moderna, que utiliza recursos de computação gráfica, técnicas de texto etc. Mas, antigamente...

Uma vasculhada rápida no acervo do Jornal do Povo é suficiente para o leitor encontrar os antigos anúncios de empresas que usavam o JP como veículo para atingir o público. Algumas investiam apenas o suficiente para a publicação de nomes, poucos dados e endereços. Outras iam pouco mais longe e bancavam a produção de imagens por meio de clichês - recurso disponível para uso em tipografia e linotipia. Caro e, naturalmente, repetitivo.

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Para o leitor mais atento, uma busca no acervo pode revelar detalhes interessantes. Um anúncio, por exemplo, do "rádio Philco, que agradará em cheio a familia inteira" e que estava "á venda na Casa Syria, de Miguel Amado & Cia - r. Oscar Guimarães, 565, Três Lagoas", publicado em 1956  (mantida a grafia da época). Ou do dentista Monif Thomé, que atendia "com hora marcada" e era especializado em "clinica dentária para crianças e adultos" (grafia da época), e que continha endereços do local de trabalho e da residência do profissional.

Os prestadores de serviços eram maioria entre anunciantes. Em uma página publicada em 1957 é possível encontrar dois sapateiros, um alfaiate, um mecânico e um lenhador que anunciavam seus serviços ao lado de publicidade de uma multinacional de revenda de "gazolina para avião e automóveis" (grafia da época) e da Cerâmica Santa Maria "tração a vapor" que, segundo o impresso, "exporta telhas tipo FRANCEZA e PAULISTA a qualquer estação da Estrada de Ferro NOB. Material de 1ª Qualidade (grafia da época). 

Apesar do simplismo, os anúncios se tornavam eficazes ao ponto que o jornal era mais lido e absorvido pelo público. O consumo de informação caminhava à frente dos resultados publicitários, mas a busca pelas ofertas, novidades, avanços profissionais de prestadores de serviços, etc, contribuíram bastante para que o público passasse a observar as propaganda como mais atenção. E isso também contribuiu para o avanço das publicações impressas em todo o mundo, o que fez da publicidade a sustentação das empresas de comunicação, antes inteiramente dominadas por partidos políticos, que eram os financiadores das publicações, por meio de seus filiados.

Como parte da história, os anúncios com clichês são os que mais atraem o leitor de hoje. E era assim na época das publicações em tipografia e linotipia, embora custassem bem mais caro. Em uma página inteira, uma ou, no máximo, dois anúncios continuam imagens e logomarcas exatamente por conta disso.

 

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