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Mato Grosso do Sul, 30 de abril

Pequenas e médias empresas querem mais espaço no setor

Fornecedores buscam qualificação para atender rigor da Petrobras e almejam mais liberdade de atuação

Por Redação
25/04/2013 • 16h05
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Como aumentar a atuação de pequenas empresas no setor petrolífero é uma questão que gera muita discussão no Brasil. Em busca do fortalecimento da participação dos fornecedores no setor foi realizado ontem, em Salvador (BA), o seminário "Futuros Fornecedores - A preparação para 2020", organizado pelo grupo Ejesa, por meio dos jornais Brasil Econômico e O Dia.

Os principais mecanismos apontados no evento foram a qualificação destas companhias, o apoio fiscal do governo e a participação em programas de incentivos, como a rede de fornecedores da empresa Petrobras. 

"A Petrobras tem um projeto em parceria com o Sebrae há oito anos. Quando precisamos de um pequeno fornecedor para desenvolver um material específico nós incentivamos", comentou Aimberê Flores, gerente de suporte operacional da Petrobras.

A estatal tem em seu plano de metas para o período de 2013 a 2017 a previsão de investir US$ 236,7 bilhões. Além de investir em plataformas, sondas, recuperação de reservas maduras, a companhia sabe que para alcançar os resultados almejados na produção é preciso incrementar sua parceria com fornecedores. "Trabalhamos na otimização de custos operacionais e na redução de custos na exploração dos poços", destacou Ernani Torazzi, gerente de desenvolvimento de mercado da Petrobras.

Atualmente, a estatal possui 20 mil empresas cadastradas para fornecimento de bens e serviços de forma regional, sendo seis mil delas habilitadas para atuação nacional. 

Para fazer parte do programa da companhia, é preciso uma série de requisitos técnicos, econômicos, legais, gerenciais e de segurança, meio ambiente e saúde. 

"Precisamos de fornecedores de vários setores, desde produtos específicos para construção de navios como de logística. No entanto, é preciso demanda para desenvolver este fornecedor", completou Torazzi.

A atuação direta das pequenas e médias empresas na exploração de petróleo é mais complicada, pois esbarra na legislação brasileira. "Se existem áreas que a grande empresa não tem interesse, as PMEs precisam estudar a legislação, se organizar e procurar o governo para tentar estender o mercado de exploração. Temos que fazer a lição de casa", afirmou Geraldo Queiroz, superintendente da RedePetro Bahia.

Defensor de mais espaço para as PMEs, Queiroz destacou a grande quantidade de empresas deste tamanho em atuação na Bahia. Atualmente 46,4% das companhias que atuam na área de petróleo e gás possuem apenas 20 empregados, sendo que 28,8% estão com no máximo 50. "Isso demonstra que precisamos olhar com atenção para elas", ressaltou.

Uma das maneiras de fomentar a atividade destas companhias é o auxílio do governo, como a isenção fiscal. Vigora na Bahia um incentivo de redução do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de 12% a 17%.

"Aproveitem enquanto tem esta guerra fiscal de isenção. O que percebo é que as grandes empresas sabem os caminhos exatos para conseguir estes incentivos, enquanto as pequenas sequer sabem das possibilidades. E os benefícios são para todos", enfatizou Paulo Roberto Guimarães, superintendente de Desenvolvimento Econômico da Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração da Bahia. 

Além do ICMS, as PMEs podem buscar a redução ou isenção dos impostos municipais. A Petrobras, por sua vez, possui um programa que auxilia seus fornecedores com financiamentos vantajosos, chamado Progredir. O auxílio pode ser estendido para outras empresas na cadeia produtiva, até o quarto fornecedor da empresa que se relaciona com a Petrobras. "Queremos aumentar o número destes fornecedores âncoras, e eles vão aumentar os fornecedores deles também", concluiu Torazzi.

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