
Policiais uniformizados do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) notificaram nessa terça-feira de manhã na Câmara de Campo Grande um vereador. A diligência visava intimar três vereadores, mas dois não estavam na Casa. Os policiais também estiveram na Prefeitura, para notificar o secretário de Governo, Rodrigo Pimentel, e na Assembleia Legislativa, para intimar um servidor.
A notificação dos vereadores, na condição de “testemunhas”, leva em conta investigação que corre em segredo de justiça.
As ações do Gaeco teriam começado logo em seguida à apreensão de um vídeo relacionado ao processo de cassação de Alcides Bernal (PP). Mas essa informação não é confirmada, em razão do “segredo” decretado pela Justiça. O Gaeco quer ouvir três vereadores do PTdoB. As ações se seguiram também após a detenção de um assessor da Prefeitura de Campo Grande quando ele se encontrava em São Paulo e busca e apreensão na casa do atual prefeito, Gilmar Olarte (PP).
O vereador Otávio Trad, um dos vereadores chamados na condição de testemunha, disse à TV Morena e ao G1 que não foi intimado, apenas notificado. "Testemunha contribui para a justiça e é isso que irei fazer. A notificação é bem clara. A condição é de testemunha", insistiu o vereador, convocado para prestar depoimento na próxima sexta-feira, às 15h. O vereador afirmou desconhecer a investigação e, na condição de advogado sabe que é "procedimento de praxe" entrega de notificações e intimações.
De acordo com a TV Morena, também foram entregues notificações aos vereadores Flávio César e Eduardo Romero, que conforme a assessoria de imprensa da Câmara Municipal, não estavam na Casa devido a compromissos oficiais. "O partido está tranquilo", diz Otávio Trad.
Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura de Campo Grande, o secretário municipal de Governo e Relações Institucionais, Rodrigo Pimentel, também foi notificado pelo Gaeco na manhã desta terça-feira para depoimento. Ainda segundo a assessoria, não há data para o comparecimento de Pimentel ao MPE.
O Gaeco esteve também na Assembleia Legislativa. A assessoria de imprensa da Casa informou que a pessoa que o MPE procurava para entrega de notificação não trabalha mais lá.
Sigilo – Segundo o portal G!, a investigação do Gaeco cumpriu mandado de busca e apreensão na casa do prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (PP) para recolher documentos. Dois guardas municipais foram presos por porte ilegal de arma de fogo e soltos no mesmo dia após pagamento de fiança. A informação sobre a prisão do ex-assessor foi publicada no site do Ministério Público Estadual (MPE).
Segundo o Gaeco, um ex-assessor da Prefeitura da Capital foi no dia 11 em São Paulo e colocado em liberdade quatro dias depois. Gilmar Olarte ainda não marcou a data do depoimento porque espera orientação de advogados.
De acordo com o MPE, os documentos apreendidos na casa do prefeito ainda estão sendo analisados. No mesmo dia da prisão temporária do ex-assessor, cujo nome não foi revelado, outras três pessoas foram presas, dois deles guardas municipais, por porte ilegal de arma de fogo.
No último dia 12, o Gaeco ouviu um pastor, um jornalista e um funcionário de uma empresa de factoring.