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PT está esfacelado em Três Lagoas

É nítido o sinal de racha dentro do Partido dos Trabalhadores (PT) em Três Lagoas, visível antes mesmo das eleições municipais

É nítido o sinal de racha dentro do Partido dos Trabalhadores (PT) em Três Lagoas, visível antes mesmo das eleições municipais. Agora, tem se aprofundado com a decisão de integrantes do diretório municipal em apoiar a administração do PMDB, pelos próximos quatro anos.

Está mais do que claro que o PT está esfacelado. De um lado, o grupo mais radical, contrário a que o partido alie-se ao projeto do PMDB em Três Lagoas. De outro, os petistas que defendem um novo projeto para o partido, que é o de fazer parte da base de sustentação do Executivo no Legislativo, inclusive com a participação no governo municipal através de uma secretaria.

As divergências dentro do PT começaram antes do processo eleitoral, quando um grupo defendia que o partido deveria apoiar a reeleição da prefeita Márcia Moura (PMDB) e outro preferia que a agremiação apoiasse a candidatura de Ângelo Guerreiro a prefeito. Mesmo com a decisão prevalecendo a favor do apoio do PT a Guerreiro, um grupo de petistas não a acatou. Prova disso é que alguns candidatos não pediram voto para Ângelo.

Passadas as eleições, o PT volta a enfrentar mais uma crise interna, já que o grupo “Movimento PT”, ligado ao senador Delcídio do Amaral (PT), defende que o partido tem que fazer parte da base de sustentação da prefeita no Legislativo e apoiar as ações do Executivo. Esse grupo, inclusive, foi o que votou na última sexta-feira para que o PT seja aliado do PMDB na administração municipal.

Entretanto, os petistas históricos são contrários a esse posicionamento, já que alguns entendem que essa é uma manobra do PMDB para enfraquecer ainda mais o PT. Durante a reunião do diretório, houve comentários de que a intenção do PMDB é enfraquecer uma possível candidatura de Ângelo Guerreiro, com o apoio do PT, para as próximas eleições. Foi ressaltado ainda que a cidade hoje está dividida no que se refere ao eleitorado e que a metade da população apoiaria uma eventual candidatura de Guerreiro, por isso o PMDB quer o apoio do PT.

Por outro lado, o grupo ligado ao senador Delcídio do Amaral, entre eles os dois vereadores eleitos, acredita que o PT de Três Lagoas precisa parar de “patinar” para crescer. Há anos, o partido não ocupa espaço na Prefeitura. A última vez em que PT fez parte da administração municipal foi na primeira gestão do ex-prefeito Issam Fares. Após divergências, no entanto, o partido rompeu com o PMDB.

De lá para cá, foram várias as tentativas para chegar à Prefeitura, porém, sem êxito. Na Câmara, a situação não foi diferente nas últimas eleições, uma vez que o PT não conseguiu eleger mais do que dois representantes no Legislativo. Por esse motivo, o vereador eleito Gilmar Garcia Tosta vislumbra que o PT terá mais espaço se fizer parte da base aliada da prefeita na Câmara. Quanto à possibilidade de o partido ter cargos, segundo ele, essa é outra questão encarada também como positiva para o crescimento do Partido dos Trabalhadores.

 VOTAÇÃO
A respeito da votação da última sexta-feira, o presidente do partido, Nivaldo dos Reis, disse que um parecer sobre a decisão será encaminhado ao diretório regional do PT para análise. Ele disse que não ficou claro o tipo de apoio que o PMDB espera do PT, já que a prefeita não encaminhou nenhuma proposta a não ser a solicitação de apoio.

Sobre a declaração que fez assim que terminaram as eleições, de que pediria a expulsão do senador Delcídio do Amaral e dos vereadores Gilmar Garcia Tosta e Idevaldo Claudino, o presidente do partido disse que esse é um assunto que tem sido tratado internamente dentro do PT.