Sem paixão! Que nota você daria ao Congresso Nacional? O estoque de absurdos é inesgotável. A “pérola” de hoje consegue superar a registrada ontem. A atuação diária dos congressistas caracteriza-se pelo troca troca, acordos espúrios e traições, acabando por influenciar até na queda da auto estima dos eleitores.
As declarações de Jarbas Vasconcelos, que acabou chovendo no molhado, foram apenas minimizadas pelos seus colegas de partido. Aliás, essa conduta parece integrar o DNA de todos os partidos brasileiros. Apenas como “ilustração”: dos 81 senadores, apenas 6 tiveram a dignidade de pedir congelamento daquelas horas extras escandalosas. Os demais fingiram que não leram e nem ouviram as críticas estampadas pela mídia. Como se diz na fronteira: “e segue a galopeira..”
Ainda estamos na primeira quinzena de março e o rosário de maldades é longo. Começou com o caso do Castelo do deputado Edmar (sem solução), da mansão “inexplicável” do diretor Agaciel, passando pelo pagamento das horas extras, as declarações do Jarbas, a escolha do Collor na presidência de uma comissão importante e finalmente a aprovação de projeto na CCJ que extingue as prisões especiais.
Como recuperar a imagem do Congresso, como anunciou José Sarney? As exceções verificadas nesta última aprovação da CCJ desrespeitam aqueles que cursaram uma faculdade e preserva o privilégio de deputados, senadores, governadores, prefeitos, vereadores, ministros, juízes, promotores públicos e militares.
Ora! Se todos são iguais perante a lei, como diz a Constituição, não deveria haver exceção alguma. Isso cheira impunidade! O desenrolar do caso do procurador de Mato Grosso do Sul que matou o sobrinho, é um exemplo bem atual das “benesses” aos detentores do poder. Ele não sentirá na pele os efeitos da super lotação dos nossos presídios, mas poderá constar pessoalmente que, para as elites, no Brasil “o crime compensa!”
Para finalizar, não há como esquecer também o presidente da Câmara Michel Temer, a quem o saudoso “Toninho Malvadeza” apelidou de “mordomo da Família Adams”. Mão aberta com o dinheiro do povo, ao contrário de seu antecessor, não se importa que as sonolentas e infrutíferas sessões da Casa ultrapassem às 19,00 horas e manda pagar rios de dinheiro de “horas extras” aos funcionários. Como diz o mineirinho de Araxá: “o tiro com pólvora alheia é mais longo.”
E volto a perguntar: que nota você daria mesmo aos nossos bravos congressistas?
Manoel Afonso escreve a coluna Ampla Visão para o JP – Email: [email protected]