Com o tema “ambiente livre do fumo”, o Programa Municipal de Prevenção e Controle do Tabagismo vem desenvolvendo desde o início de agosto, campanhas de conscientização em estabelecimentos fechados (bares, restaurantes, escolas, etc) sobre os riscos oferecidos pelo cigarro aos fumantes passivos.
De acordo com a coordenadora do programa, Izabela Bento de Souza, as medidas – alusivas ao Dia Nacional de Combate ao Fumo, comemorado hoje – tiveram início na Campanha do Caminhoneiro, realizada em parceria com o Programa Municipal DST-Aids, no início deste mês.
Dando continuidade nas ações, os profissionais do programa realizaram palestras educativas na escola estadual Fernando Corrêa, atendendo solicitação da direção do colégio, e também na empresa Kids Calçados. “Além disso, também começamos a distribuição de folders e cartazes em todas as escolas de Três Lagoas e também pontos onde há concentração de pessoas, como restaurantes, bares, comércio”, explicou.
A proposta, segundo Izabela, é poupar a saúde daqueles que não fumam, como prevê o tema da campanha deste ano: “Quem não fuma não é obrigado a fumar”. Para isto, a coordenadora conta com o apoio da Lei Federal número 9294-96, que proíbe o uso de produtos derivados do tabaco em locais fechados de uso coletivo e também com a Lei Estadual, lançada em Mato Grosso do Sul há um ano, com o mesmo objetivo.
“As pessoas que respiram a fumaça do tabaco fumam da mesma forma. Nesta fumaça, há todos os componentes tóxicos do cigarro. Para se ter uma noção, uma pessoa exposta a um ambiente fechado com fumantes encerra o dia como se tivesse fumado dez cigarros”, explicou.
Izabela reforça que hoje o tabaco – tido como problema de saúde pública – é a primeira causa de morte evitável em todo o mundo. “Hoje, 90% dos casos de câncer, seja no pulmão, e até em outros órgãos, estão relacionados ao tabaco. Além disso, também há as doenças cardiovasculares e doenças respiratórias crônicas”.
Conforme um estudo publicado pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) em 2008, revelou que todos os dias, ao menos sete brasileiros que nunca fumaram morrem por doenças decorrentes da exposição à fumaça do cigarro. Por ano, 2.655 não fumantes morrem no Brasil por conta do tabaco.
PROGRAMA
Hoje, o Programa Municipal de Prevenção e Controle do Tabagismo atende uma média de 75 pessoas dispostas a parar de fumar. Destas, 15 já estão com o tratamento em andamento e outras 60 estão passando por uma triagem e aguardam a chegada do medicamento para iniciar o tratamento. “Este medicamento é destinado a aqueles com grau de dependência elevado, o que corresponde a boa parte do nosso público”, destacou a coordenadora.
Ela explicou que, atualmente, a média daqueles que procuram o serviço para deixar o vício é na faixa etária entre 40 a 50 anos e que começaram a fumar ainda na adolescência, aos 13 anos.
Hoje, segundo estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS), o tabaco é responsável pela morte de 200 mil brasileiros por ano. Em Três Lagoas, não há um estudo específicos sobre mortes ocasionadas pelo tabagismo, porém dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde apontam que, nos últimos três anos, 141 pessoas morreram de câncer em Três Lagoas. No primeiro semestre deste ano foram 32 mortes, sendo cinco delas decorrentes de câncer no pulmão e cinco nos brônquios.