Há anos o Dia de Finados registra a visita de grande número de pessoas a uma capela, a de número 16.300, no Cemitério Municipal Santo Antônio. Lá está sepultado há várias décadas o Zeca Camisola. Não há registros com mais detalhes sobre ele, mas o certo é que sua sepultura é a mais visitada por ocasião do dia que se reverencia os mortos em Três Lagoas.
No próprio Cemitério Municipal trabalha um senhor que afirma ter grau de parentesco com Zeca Camisola. Trata-se do ajudante geral Pedro Casemiro Ferraz, há vinte anos prestando serviços no local. Ele diz que já chegou a ver filas se formando para visitar a capela e acender velas. Muitas pessoas deixam no local gesso, cadernos e outros objetos, afirmando que tiveram seus pedidos atendidos.
Pedro Ferraz conta que Zeca Camisola era deficiente físico e andava com uma grande camisola, com dois bolsos na parte da frente, onde as pessoas depositavam moedas.
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Como tinha os braços e pés com deficiência, muitas vezes caia nas ruas e precisava de ajuda para se levantar. O pai de Pedro Ferraz cortava constantemente as unhas de Zeca Camisola para evitar que ele se ferisse, uma vez que as mãos ficavam sempre voltadas para o peito e cravava na pele.
Sem precisar há quantos anos Zeca faleceu, o ajudante geral lembra que sua capela recebe pessoas de todas as idades e muitas voltam para agradecer os pedidos atendidos. No alto da capela há duas inscrições com os mesmos dizeres: “Obrigado Zeca Camisola”.
Antes de nossa reportagem deixar o Cemitério, uma jovem grávida, que pediu para não ser identificada, acendeu velas na capela de Zeca Camisola e comentou que esse costume já vem de sua família, atendida há anos através do deficiente que, segundo Pedro Ferraz, já realizou vários milagres à população.
