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Três Lagoas

Educação Financeira é inserida gradativamente em escolas

Tema é aplicado em algumas escolas estaduais,já nas municipais ainda é projeto

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Escolas públicas brasileiras estão vem se organizando para inserir o Programa Educação Financeira em seus temas transversais. Em algumas unidades estaduais do Mato Grosso do Sul, o tema passou a ser discutido no início deste ano letivo. Já nas escolas municipais de Três Lagoas, o assunto ainda é tratado como forma de projeto futuro.

A Educação Financeira é tratada como tema opcional de cada instituição educacional e é direcionada para alunos do 1° ao 9° ano.

O objetivo de seu desenvolvimento é criar uma nova geração de pessoas independentes financeiramente, que aprenderam desde cedo a utilizar o dinheiro de maneira saudável e consciente para a realização de seus sonhos.

Nas escolas municipais, o tema é ainda tratado como projeto futuro, segundo o coordenador de áreas de programas e projetos educacionais da Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Três Lagoas, Urbano Rodrigues Azambuja.

“A princípio não temos previsão para colocar a Educação Financeira entre os temas transversais já aplicados nas unidades municipais, como é o caso da Educação Ambiental, Igualdade Racial, Sexualidade e outros. Ao menos para este ano que é considerado atípico, por causa da Copa do Mundo que antecipou o início das aulas. Vamos trabalhar o projeto para 2015”, afirma Urbano.

ESTADO
Diferente das escolas municipais, a Secretaria Estadual de Educação (SED), deu abertura para que suas unidades abordem o tema, de forma ampla, como parte da formação dos estudantes.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a SED afirma que em 2013, a equipe técnica da Secretaria participou da formação continuada promovida pela Associação de Educação Financeira do Brasil (AEF Brasil), com vistas a implementação do Programa a partir deste ano, tanto que o tema já está implantado em algumas escolas, como forma opcional.

Para o economista e professor da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) – Campus Três Lagoas, Marçal Rogéria Rizzo, é fundamental aplicar a disciplina de Educação Financeira nas escolas.

“Esta é uma forma de formar cidadãos do futuro que saibam equilibrar o quanto ganham, com o quanto gastam. As famílias brasileiras estão muito endividadas, e um dos motivos são as altas taxas de juros do cartão de crédito, empréstimos, cheque especial, dentre outros fatores que levam ao acúmulo de dívidas”, explica o economista.

Marçal diz que as pessoas precisam entender que, quando sobra algum dinheiro, que ele seja colocado na poupança ou outro investimento bancário ou até mesmo na Bolsa de Valores e até á título de dívida do Tesouro Nacional.

“Um dos problemas do brasileiro hoje é a condição financeira. Se ela não está bem, o endividado pode desenvolver depressão e até outras doenças psíquicas, mas se o consumista compulsivo tiver o mínimo de educação financeira, não fará isso”, avalia Marçal, que enfatiza que, havendo controle por parte do cidadão, a taxa de inadimplência cai, resultando desta forma, na queda da taxa de juros.

O PROGRAMA
A Educação Financeira vem se desenvolvendo de forma mais intensa em países como Estados Unidos, Reino Unido, Japão, Austrália, Nova Zelândia e Coreia do Sul e, no Brasil, foi fortalecido no final de 2010 com a criação da Enef (Estratégia Nacional de Educação Financeira) pelo Governo Federal, por isso, o processo não é tratado como um modismo e, sim, um novo desafio global para governos, pais e escolas.