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Três Lagoas

Funcionamento do aeroporto impacta trabalho dos Bombeiros

Efetivo já reduzido teve que ser dividido para atender aos voos comerciais

Grupamento conta com 52 bombeiros, 30 a menos que em 2003 -
Grupamento conta com 52 bombeiros, 30 a menos que em 2003 -

O início das operações de voos comerciais de duas empresas aéreas, Passaredo e Azul, impactaram, diretamente, o trabalho do Corpo de Bombeiros em Três Lagoas. A corporação, que já contava com efetivo reduzido – 52 bombeiros ao todo – agora foi obrigada a dividir as equipes para atender às normas de segurança de voos no Aeroporto Plínio Alarcon.

Conforme o comandante do Corpo de Bombeiros, major Leandro Mota de Arruda, as regras de segurança determinam que os bombeiros permaneçam no aeroporto 30 minutos antes da chegada e 30 minutos depois da partida da aeronave. Atualmente, cada companhia possui dois voos na cidade: os voos da azul chegam às 10h40 e às 17h45 e os da Passaredo, às 12h55 e às 23h45. “São quatro voos comerciais e com a perspectiva novos a serem implantados.
 
Com isso, temos que manter uma equipe no local quase que o tempo todo”, completou o oficial.
 
Com este trabalho, foram ‘retirados’ das ruas cerca de nove bombeiros,o que equivale a três equipes por semana em uma escala já reduzida, de 24h de trabalho por 48h de folga. Em Campo Grande, por exemplo, a escala é de 24h por 72h. 
 
A necessidade de novos soldados para atuarem em Três Lagoas e, especificamente, no Aeroporto Plínio Alarcon, havia sido anunciada desde o início da reforma do receptivo e das negociações para que o município recebesse voos comerciais. Sem aumento no efetivo, a proposta era fazer com que a equipe fosse ao aeroporto, permanecesse pelo tempo necessário e retornasse aos atendimentos normais, o que não tem funcionado. “Pelos horários [dos voos], ela acaba ficando todo o dia lá. Agora, estamos tentando estruturar a unidade existente no Aeroporto, que já nasceu pequena”, disparou Arruda. 
 
No entanto, desde 2007, quando o 5º Grupamento do Corpo de Bombeiros recebeu sete novos soldados, nenhum grande aumento no efetivo foi feito. “No ano passado, recebemos um novo soldado, que vai embora neste ano. Em 2003, o Corpo de Bombeiros de Três Lagoas tinha 89 bombeiros. Hoje, são 52 e, em contrapartida, o município cresceu drasticamente. Para se ter uma base, a maioria dos nossos bombeiros é composta de sargentos ou subtenentes, o que mostra que a tropa é antiga. Há poucos soldados”, destacou Arruda.
 
Nesta semana, o Corpo de Bombeiros vai receber oito sargentos, porém, não deverá impactar no trabalho já que eles eram da cidade e haviam sido afastados das suas funções para poderem fazer o curso de formação, em Campo Grande. 
“Nesses anos, a cidade recebeu o Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência], que tem nos ajudado e muito. Mas, nem tudo que o Bombeiro faz o Samu faz. Um órgão não anula o outro”, lembrou.

ATENDIMENTO
Se o efetivo reduziu, o trabalho nesta última década mais que triplicou. Conforme relatório divulgado pelo Corpo de Bombeiros, apenas no ano passado, a instituição atendeu a 9,2 mil ocorrências. Dessas, 310 foram de incêndio, 83 salvamentos, 1.487 atendimentos pré-hospitalares, 1.989 auxílios à comunidade, 5.351 prevenções, o restante foi ações variadas. “Esse aumento faz parte do desenvolvimento da cidade. O grande desafio nosso é acompanhar esse crescimento, seja na parte estrutural, que temos conseguido através de parcerias com indústrias, como efetivo, hoje nossa maior dificuldade. Isso que não estão inclusas neste número as vistorias”. 
 
O Corpo de Bombeiros promoveu, no ano passado, 2.716 vistorias técnicas de prevenção a incêndios, sendo 530 em bares e restaurantes, 318 em clínicas e 81 em indústrias. Comparado ao ano resultado do ano passado, as vistorias tiveram um aumento de 21,3%. 
Somadas as duas situações, atendimento e vistoria, foram realizados 11,9 mil procedimentos, 228,8 por cada bombeiro lotado em Três Lagoas. 

CONCURSO
A expectativa é que o déficit hoje existente – de pelo menos 15 bombeiros para atender a demanda reprimida mais urgente – seja suprida com o concurso público aberto pelo governo estadual no ano passado. Porém, ao contrário das polícias Civil e Militar, o número de bombeiros para cada município ainda não foi divulgado. A equipe de reportagem tentou entrar em contato com o comando geral do Corpo de Bombeiros, mas foi informada que o comandante estava de férias.