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Impacto

Imóveis abandonados geram transtornos e insegurança em várias regiões da cidade

Polícia Militar mapeia pontos críticos, reforça ações preventivas e destaca integração com a prefeitura para reduzir crimes e a sensação de insegurança

Casas > abandonadas viram foco de preocupação e ações de segurança em Três Lagoas
Casas > abandonadas viram foco de preocupação e ações de segurança em Três Lagoas

Imóveis abandonados que acabam sendo utilizados como pontos de consumo e comercialização de drogas têm sido motivo de preocupação em Três Lagoas e estão no centro do trabalho preventivo da Polícia Militar. O comandante do 2º Batalhão da PM, tenente-coronel Ronaldo Moreira, afirma que a corporação realizou um mapeamento desses locais e atua de forma integrada com a prefeitura e outros órgãos públicos para reduzir os impactos na segurança e na sensação de insegurança da população.

De acordo com o comandante, durante o monitoramento da ordem pública, a Polícia Militar identificou que os imóveis privados abandonados se tornaram um dos chamados problemas raiz para a concentração de crimes e do uso de drogas em determinados bairros. Segundo ele, embora Três Lagoas seja uma cidade urbanizada e planejada, sem áreas onde a PM deixe de atuar, o abandono de residências por parte de proprietários cria pontos vulneráveis que favorecem a ação criminosa.

“A cidade é totalmente urbanizada e a Polícia Militar entra em todos os locais para fazer a manutenção da ordem pública. O problema maior está nos imóveis privados abandonados, que acabam servindo como esconderijos, locais de reunião para uso de drogas e até apoio para outras práticas criminosas”, explicou Ronaldo Moreira.

A PM realizou um levantamento de todos esses pontos e mantém uma atuação integrada com o poder público municipal, vereadores e outros setores. O comandante destacou a importância da Lei Municipal nº 4.316, aprovada em junho deste ano, que define o que caracteriza um imóvel abandonado e prevê sanções aos proprietários, inclusive a possibilidade de demolição. Para ele, a legislação representa um avanço significativo na segurança pública municipal.

Esses locais, segundo a Polícia Militar, facilitam o uso de drogas justamente por ficarem afastados do olhar público, dificultando denúncias e a atuação imediata da polícia. Por isso, o policiamento precisa ser intensificado nessas áreas, o que acaba dispersando os recursos operacionais. “Se conseguirmos resolver o problema dos imóveis privados abandonados, teremos um avanço muito grande na segurança pública e também na percepção de segurança da população”, ressaltou.

O comandante afirmou que, apesar de Três Lagoas apresentar índices de segurança considerados bons, a sensação de insegurança muitas vezes está ligada ao abandono urbano, como casas fechadas e terrenos baldios com mato alto. Por isso, ações de fiscalização e regularização desses imóveis são vistas como fundamentais.

Ronaldo Moreira também destacou que a prefeitura já vem adotando medidas nesse sentido e que, desde o meio do ano, algumas ações práticas foram realizadas. Em alguns casos, após contato com os proprietários, imóveis abandonados foram recuperados, pintados ou voltaram a ter uso comercial, eliminando pontos de risco.

A Polícia Militar prefere não divulgar os bairros com maior concentração desses problemas, mas confirma que todos os locais já foram identificados. A atuação é classificada como prevenção primária, quando se evita o crime antes mesmo da necessidade de repressão direta. “Quando não há local para se esconder, para guardar objetos furtados ou para se reunir para usar drogas, o crime deixa de acontecer”, explicou.

Sobre o número de usuários de drogas, o comandante avalia que a pressão policial tem surtido efeito. Segundo ele, houve aumento nas apreensões de entorpecentes e nas prisões relacionadas ao tráfico neste ano, resultado direto do estudo e da identificação desses pontos. “Quando aumentamos a pressão e as apreensões, a tendência é reduzir o uso. Temos conseguido manter a segurança pública e reprimir o tráfico de drogas em Três Lagoas”, concluiu.