
A Rede Municipal de Ensino de Três Lagoas entra em 2026 com uma agenda marcada por expansão de vagas na educação infantil, entrega de novas unidades escolares, fortalecimento da inclusão, investimentos em formação de profissionais e adequações pedagógicas alinhadas às novas exigências legais. As projeções foram detalhadas pela secretária municipal de Educação e Cultura, professora Ângela Brito, durante entrevista ao RCN Notícias, em que apresentou um balanço do ano e as prioridades para o próximo período.
Um dos principais desafios enfrentados pela Secretaria de Educação, continua sendo a demanda por vagas em creches, especialmente para crianças de zero a três anos. Segundo a secretária, o município elaborou e teve aprovado um Plano de Expansão de Vagas, exigido pelo Ministério da Educação e acompanhado pelo Ministério Público. Com a execução desse plano, a expectativa é retirar cerca de 350 crianças da fila já em 2026, por meio da ampliação de salas em unidades existentes e da reorganização de espaços internos das creches.
Durante o mês de janeiro, equipes de manutenção devem iniciar adaptações estruturais em escolas e centros de educação infantil, com a transformação de áreas ociosas em novas salas adequadas ao atendimento das crianças, incluindo instalação de cubas e espaços para banho. A estratégia busca ampliar a oferta sem comprometer a qualidade do atendimento.
Outra frente importante é a expansão da rede física. Para 2026, está prevista a entrega de um novo Centro de Educação Infantil, além da nova escola de tempo integral no bairro Montanini e da escola Júlio Colino, que deverá ampliar em cerca de 300 o número de vagas na rede. Com essas entregas, Três Lagoas deve alcançar entre 44 e 45 unidades escolares, acompanhando o crescimento populacional do município.
A educação em tempo integral também segue como prioridade. Atualmente, duas escolas funcionam integralmente e o Projeto de Educação em Tempo Integral está presente em 13 unidades. O planejamento prevê ajustes conforme a demanda de cada região, garantindo vagas sem comprometer o acesso ao ensino regular.
Na área pedagógica, 2026 será marcado por um amplo programa de formação continuada. A rede municipal terá dois grandes eixos formativos, a capacitação para aplicação da nova legislação da educação especial, fortalecendo a inclusão escolar, e a formação dos professores para a implementação obrigatória da Base Nacional Comum Curricular Computacional, que inclui tecnologia, mídias e computação no currículo.
O atendimento à educação especial também será ampliado com a contratação, via processo seletivo, de profissionais de apoio à inclusão escolar. A meta é garantir acompanhamento adequado a estudantes com deficiência, transtornos do espectro autista e outras necessidades específicas em todas as unidades.
Em relação à gestão de pessoal, a secretaria mantém processos seletivos para suprir vagas temporárias, especialmente na educação infantil e na área de apoio à inclusão. A secretária destaca que cerca de 80% dos professores da rede são concursados, índice considerado elevado e fundamental para a continuidade das políticas educacionais e dos investimentos em formação.
Outro ponto previsto para 2026 é a terceirização do serviço de merenda escolar. De acordo com a secretária, a mudança não deve impactar a qualidade da alimentação e permitirá maior foco das equipes escolares no processo de ensino e aprendizagem, com monitoramento nutricional realizado por profissionais da própria rede.
Com aproximadamente 16,5 mil alunos distribuídos em 42 unidades, a Rede Municipal de Ensino de Três Lagoas é a terceira maior do Estado. Para a secretária, os avanços projetados para 2026 reforçam o compromisso com uma educação pública de qualidade, mais inclusiva, humana e alinhada às transformações sociais e tecnológicas.