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REPRESENTATIVIDADE

Três Lagoas se consolida como um celeiro de talentos em múltiplas modalidades

Três Lagoas revela geração de ouro no esporte e atletas brilham em competições nacionais e internacionais

Atletas se destacam em diversas modalidades esportivas. Foto: Divulgação.
Atletas se destacam em diversas modalidades esportivas. Foto: Divulgação.

Na capital da celulose, onde o vento perfuma o ar com o cheiro do eucalipto, há um brilho que nenhuma fábrica produz. São medalhas que brilham no peito de jovens que transformam Três Lagoas numa usina de talentos. Numa cidade acostumada ao ritmo das indústrias, quem dita o compasso agora são passos, golpes, saltos e sonhos, todos mais leves que qualquer folha de papel.

Maria Eduarda da Silva Santos, 15 anos, corre como quem entende que o chão é só o começo. No Campeonato Brasileiro de Atletismo Sub-16, atravessou a pista como se o próprio horizonte a chamasse. Voou longe, longe o suficiente para conquistar o título nacional no salto em distância, foram 5,69 metros que lhe garantiram a medalha de ouro. E, como quem não se contenta em tocar o céu apenas uma vez, ainda trouxe o bronze no salto triplo. Duas conquistas que fazem a cidade respirar mais fundo. “Estou muito feliz por encerrar meu ano com esse título nacional, e agradeço muito meu técnico Reinaldo Abraão Camargo, que tem me mostrado como posso melhorar ainda mais meus saltos”, destacou Maria Eduarda.

Das pistas para o tatame, Thomas Ryu Kobayashi, de 15 anos, provou que a força do corpo só existe quando encontra a força da alma. Depois de um ano difícil, o jovem karateca transformou dor em precisão, disciplina e silêncio. No Campeonato Brasileiro, tornou-se campeão no kata. Antes disso, encarou o mundo: foi nono colocado no Mundial dos Jogos Escolares e quarto no Pan-Americano. Thomas é mais que atleta, é referência. Tanto que inspira os mais novos karatecas, como Davi Lucas, de apenas 9 anos, que competiu ao lado do ídolo e voltou para casa com duas medalhas: ouro no kata e prata no Campeonato Estudantil. Um início que promete futuro.

“Não foi fácil esse ano, tinha muitas expectativas no mundial, e descobri que ansiedade demais pode estragar todo um projeto, mas graça a Deus fecho 2025 como campeão brasileiro e agora é foco para 2026”, pontuo Thomas Ryu Kobayshi. Ainda nas artes marciais, Raphael Teodoro Caldas fez o ringue sentir seu peso, exatamente 67 quilos de determinação. Foi campeão estadual de muay thai, em São Gabriel, mostrando que a força que vem de dentro é sempre a mais difícil de ser parada.

Na esgrima, Guilherme Dubiel também fez a lâmina riscar o ar como quem desenha futuro. No Sul-Americano, no Peru, conquistou duas medalhas: ouro e bronze na categoria Sub-17 individual. Em cada golpe certeiro, carregou não só técnica, mas a serenidade de quem entende que vencer é, antes de tudo, não perder o próprio foco.
Não podíamos deixar de fora desta lista a paixão nacional, o futebol, também encontrou seu desfecho dourado. Após cinco anos batendo na trave, o Três Lagoas Sport Club finalmente levantou a taça da Copa AME na categoria Sub-16. Um grito preso que virou comemoração. Um título que encerra um ciclo e inicia outro, ainda mais esperançoso.

E, na areia que aquece os pés e desafia o corpo, Clara Ventania faz jus ao nome. Leve, rápida e impossível de segurar, a atleta disputa neste fim de semana o Campeonato Nacional de Vôlei de Praia, em Saquarema, Rio de Janeiro e a expectativa de mais um ouro para a cidade. Já brilhou no estadual, onde foi campeã, e terminou entre as cinco melhores dos Jogos Estudantis do Brasil. Se o vento sopra a favor, é porque reconhece quem sabe jogar com ele.

Assim, entre saltos, lutas, passes, lâminas e areia, Três Lagoas vai se descobrindo, não só como a capital da celulose. É a capital dos sonhos jovens, dos talentos que se moldam no esforço diário e das medalhas que, mais do que brilhar, iluminam a cidade inteira.