
Em assembleia geral realizada ontem, em Campo Grande, o Sindicato dos Policiais Civis de MS (Sinpol) aprovou o indicativo de greve. A categoria negocia desde março com o governo do Estado o plano de valorização da classe.
Entre as reivindicações do Sinpol estão o reajuste salarial, plano de carreira para os profissionais, retirada dos presos das Delegacias do estado e promoção automática.
Ao todo, 123 servidores atendem as cidades de Três Lagoas, Água Clara, Brasilândia e Santa Rita do Pardo, no estado são 2.279 policiais.O 1º DP de Três Lagoas abriga atualmente nove presos, aguardando vaga no sistema prisional.
Gilsa Mary Freitas da Silva Toledo integra a Diretoria da regional de Três Lagoas. Ela aponta os principais problemas enfrentados na cidade pelos profissionais são referentes à falta de efetivo. “Também lutamos para retirada dos presos da Delegacia, e o principal, corre o risco da escala do servidor ser aumentada devido à falta de profissionais. Seria preciso a contratação de mais 150 policias para atender a demanda da região”.
INDICATIVO
O indicativo foi aprovado pela grande maioria dos servidores. De acordo com o presidente do Sinpol, Alexandre Barbosa, durante a campanha ao governo, Reinaldo Azambuja assinou um termo de valorização da Polícia Civil, no qual constavam todas as medidas reivindicadas pela classe, e outras como a equiparação salarial dos policiais para chegarem ao quinto melhor salário do país.
“Não estamos pedindo algo fora da realidade, tivemos acesso aos dados econômico do Estado, e há condições do governo conceder reajuste. Desde março estamos negociando, levamos o termo de valorização, mas até agora não tivemos uma reposta concreta. Por esse motivo, a maioria dos policiais votou para o indicativo de greve. Mas queremos conversar, a insatisfação com tratamento dado aos trabalhadores não é somente da Polícia Civil, a PM também está em negociação. Nenhum servidor está contente”.
O Sinpol vai protocolar o indicativo de greve e aguardar a negociação com o governo. Caso não haja avanços nas negociações, no dia 13, os servidores reúnem-se novamente para definir, as próximas ações, entre elas a paralisação das atividades.
POLÍCIA MILITAR
A Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar de Mato Grosso do Sul (ACS) também está em negociação com o governo Estadual. No dia 8, haverá uma reunião com administração estadual para, posteriormente, colocar em votação o indicativo de aquartelamento ou não.
Além do reajuste anual, a ACS requer alguns direitos já conquistados que foram retirados ao longo do tempo, como o plano de carreira, verticalização da folha salarial, licença especial e outros. De acordo com o Gislomar Elias da Silva, diretor regional da ACS em Três Lagoas, a categoria tem esperado por anos para conseguir promoções. “Existem policiais aguardando há dez anos para subir de cargo, devido a burocracia do governo que impede que o cumprimento do plano de carreira”.
Em entrevista ao Jornal do Povo, o governo do Estado informou que está aberto ao diálogo com todas as categorias para equalizar as reivindicações dentro de um consenso entre a administração estadual e classes dos servidores do Estado.