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Br-262

Privatização que demora

Leia editorial do Jornal do Povo deste sábado (25) sobre a importância da concessão da BR-262

Leia editorial do Jornal do Povo deste sábado (25) sobre a importância da concessão da BR-262 - arquivo/JPNews
Leia editorial do Jornal do Povo deste sábado (25) sobre a importância da concessão da BR-262 - arquivo/JPNews

Quando há vontade política, decisões positivas atendem o interesse público. Para refrescar a memória lembra se que a pavimentação da BR 262 só foi possível diante da insistência do ex-governador Ramez Tebet, quando vice do então governador Wilson Barbosa Martins entre os anos de 1983 e 1986, período quando, então, foi autorizada a pavimentação dessa importante rodovia de integração com a capital sul matorgrossense e o Oeste brasileiro. Entoava-se um canto de uma só nota pelos treslagoenses que atuavam no governo estadual, inclusive, o ex-secretário de Desenvolvimento Social Rosário Congro Neto e na Assembleia Legislativa, o ex-deputado e joje prefeito de Bataguassu Akira Otsubo nos ouvidos do governador sobre a necessidade de pavimentar a BR 262.

Como se tratava na época de uma rodovia federal e o governo da República não manifestava interesse pela execução essa obra, o governo estadual agindo com vontade política, obteve a sua “desfederalização” e assumiu a administração da rodovia. Essa providência burocrática permitiu que o governo do Estado buscasse na Inglaterra empréstimo junto a instituições bancárias, o que, aliás, não foi fácil diante de tantas autorizações que eram necessárias junto ao governo federal e o Senado da República.

Vencidas as etapas, licitou-se a pavimentação tão acalentada dessa rodovia desde quando o Mato Grosso do Sul foi instalado em 1979. A empresa ganhadora do certame foi a Camargo Corrêa, que atuava fortemente na pavimentação de rodovias na época. O asfalto começou de Campo Grande para Três Lagoas e não de Três Lagoas para Campo Grande como era defendido na época. O fato é que a pavimentação foi executada e hoje temos à disposição essa via asfaltada e que dia a dia registra aumento do tráfego, que também vai se tornando perigoso com veículos pesados transportando eucalipto, soja, minério de manganês, além de produtos industrializados e comercializados por fornecedores que saem de São Paulo e demandam ao Mato Grosso e Goiás, alcançando estados da região Norte, garantindo negócios e o desenvolvimento para o país.

O governo do Estado na gestão anterior conseguiu que a União transferisse para sua administração as rodovias BR 158  e BR 436 que ligam Três Lagoas – Selvíria – Aparecida do Taboado – Paranaíba a Cassilândia para licitar a privatização, que possibilitará a realização de obras de melhorias dessas rodovias que os tempos de hoje exigem, tais como duplicação de trechos, implantação acostamentos e terceiras vias, sistema de atendimento ao usuário, serviço de telefonia celular, entre tantas benfeitorias que estão previstas. A MS 112 que liga Três Lagoas a Inocência, também privatizada será objeto da execução de obras que a tornarão mais segura.

Enfim, resta a pergunta, porque o governo do Estado, deputados federais e estaduais não fazem gestões para apressar a decisão de transferência pela União da BR 262 para a sua administração, como foi feita lá nos longínquos anos 80, quando o próprio Estado realizou a sua pavimentação? Há burburinhos de que o governador Ridel aventa essa possibilidade para privatizar como privatizou as rodovias da nossa região cujo contratos foram assinados nesta semana que se finda.

Mas, não se sabe se já colocou em Brasília esse pleito e se colocou, a quantas anda.  O fato é que a cada dia que passa os usuários da BR 262 entre Três Lagoas e Água Clara, Ribas do Rio Pardo e Campo Grande, se sentem inseguros diante do tráfego pesado que, certamente, continuará intenso por muitos anos. O fato é que, diante da premência dessa privatização, aguarda-se que entidades civis e políticas entoem como se entoou no passado o canto dos que querem ver a BR 262 privatizada, para se assegurar um tráfego seguro, sem acidentes fatais e com o conforto que uma distância à ser vencida exige para seus usuários.