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Três Lagoas

Trabalhadores invadem e ocupam sede da Sintricom

Presidente e tesoureiro foram destituídos da diretoria do Sintricom de Três Lagoas

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Vários trabalhadores invadiram a sede do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil e Imobiliário (Sintricom) na manhã de ontem. Representantes do Conselho Fiscal e parte da diretoria do sindicato decidiram pela destituição do presidente do sindicato, Gilson Brito Frazão e do seu tesoureiro, José Ricardo de Morais Alves, que são acusados de cometerem diversas irregularidades no comando do sindicato, inclusive, de desvio de dinheiro, conforme consta em ata registra em cartório em dezembro do ano passado.

José dos Santos Souza, vice-presidente da atual diretoria assumiu o comando do partido no lugar de Gilson Frazão. Também foi destituído da diretoria, o tesoureiro José Ricardo de Morais Alves. Os dois são acusados de desvio de dinheiro, emissão de notas frias e de falsidade ideológica.

De acordo com a ata, o presidente e tesoureiro destituídos, teriam comprado diversos móveis, alegando que seriam utilizados em um hotel de trânsito que o sindicato iria construir, mas, segundo denúncia , esses móveis foram levados para a casa de Frazão, que ainda é acusadode ter comprado um veículo Golf para uso pessoal com recursos do Sintricon.
 
POLÍCIA
De acordo com os trabalhadores, Gilson Frazão, já tinha sido comunicado da decisão da diretoria, mas como continuou no sindicato,decidiraminvadir a sede do Sintricom, fato que causou tumulto e quebra –quebra, quando houve intervenção da Polícia Militar, que compareceu com três viaturas, juntamente com a equipe da Rotai no local.
 
A presença da polícia foi apenas para garantir a tranquilidade no local, já que os policiais não tinham uma ordem judicial para promoverem  a desocupação do imóvel.
 
Os trabalhadores, também, ocuparam irregularmente a sede do Sintricom, pois não tinham em mãos uma ordem judicial. 
 
TODA DIRETORIA
Apesar do conselho fiscal e de parte da diretoria questionarem a conduta do presidente e do tesoureiro, duas ações que tramitam na Justiça do Trabalho pedem a destituição de todos os representantes dessa diretoria, que foi eleita em maio do ano passado, depois do Sintricom ter sido administrado durante quase um ano por uma junta governativa, nomeada pelo Ministério Público do Trabalho. A intervenção no sindicato aconteceu depois de denúncias de irregularidades em relação à antiga diretoria. Agora, mais uma vez, o Sintricom é marcado por novas denúncias envolvendo a atual diretoria.
 
JUSTIÇA APURA DENÚNCIA
No dia 3 de dezembro do ano passado, na 1ª Vara do Trabalho de Três Lagoas, sob a presidência do juiz Marcelo Baruffi, foi realizada audiência para ouvir as partes citadas no processo que tramita contra a atual diretoria do Sintricom. Durante a audiência, o então presidente do sindicato, Gilson Frazão, declarou que era usado por Nilson Cavalcante para “puxar” greves e que o mesmo teria dito que o colocaria na direção do Sintricom, mas ele é quem mandaria no sindicato. Nilson, por sua vez, ocupava o cargo de assessor do sindicato.
 
De acordo com a ata da audiência, Gilson disse ainda que Nilson tinha interesse apenas nas contribuições sindicais. Ele declarou que, como presidente recebeu nos primeiros 15 dias um salário de R$ 2.500 e depois passou a receber R$ 5 mil. Nilson, por sua vez, tinha uma remuneração pelo cargo de assessor de R$ 5.700.  Em audiência, o então presidente informou que o sindicato nunca comprou um carro Golf, e que o veículo teria sido adquirido com recursos vindo de uma herança e de um empréstimo feito por um amigo.
 
O depoente disse ainda que nunca participou diretamente das reuniões e foi colocado como presidente “laranja”, já que Nilson é quem mandaria. Ainda, conforme consta em ata de audiência, ele confirmou que alguns bens pagos pelo sindicato foram entregues em sua residência e que sua esposa é quem comandava toda a operação de compra. Declarou também que Nilson alugou um imóvel em nome do sindicato, colocando em nome de sua mãe.
 
Perante o juiz da 1ª Vara do Trabalho, disse que no período em que esteve à frente do Sintricom, a maiorreceita mensal do sindicato foi de R$ 80 mil, e que nãosabia o valor que tinha em caixa. Apesar de ter prédio próprio, a atual diretoria do Sintricom alugou um imóvel no valor de R$ 3 mil, mensais, para abrigar a nova sede do sindicato. 
 
Essas são algumas das denúncias existentes nos processos que tramitam na justiça contra a atual diretoria do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil e Imobiliário. Nos próximos dias, deve sair proferida decisão sobre o pedido  de  destituição de toda a diretoria do Sintricom.