
O presidente do Sindicato da Habitação de Mato Grosso do Sul (Secovi-MS), Geraldo Paiva, afirmou que a alta dos juros tem travado o acesso da classe média ao financiamento imobiliário e empurrado parte dos consumidores para o mercado de aluguel. A avaliação foi feita durante entrevista a Rádio Massa Campo Grande sobre o cenário atual do setor na Capital.

Segundo ele, programas habitacionais federais, estaduais e municipais mantêm aquecidas as obras de baixo e médio padrão. Já empreendimentos de alto padrão seguem em expansão por causa do bom desempenho das commodities no estado.
Paiva disse que a taxa elevada de financiamento tem limitado novos negócios.
“Ninguém vai pegar um financiamento de 20 ou 30 anos com juros perto de 15%. A recomendação é contratar quando o juro está baixo”, afirmou. Para quem adia a compra, o aluguel surge como alternativa até que os juros se estabilizem.
Ele também contestou a percepção de crescimento acelerado da verticalização em Campo Grande. “Somos a segunda capital menos verticalizada do Brasil, apenas 9% dos imóveis são multifamiliares verticais”, disse. Para o dirigente, o adensamento tende a aumentar como forma de reduzir custos administrativos da cidade, como coleta de lixo, manutenção de infraestrutura e oferta de serviços públicos .
Ao comentar a valorização imobiliária, Paiva afirmou que a pressão por preços ocorre quando há muita demanda e pouca oferta. Regiões como Nova Lima e Mata do Jacinto, que registraram forte crescimento populacional, são exemplos de valorização puxada pela procura, independentemente do padrão construtivo .
O presidente do Secovi-MS acrescentou que o valor do terreno é o principal fator de precificação. “O que determina o preço é a demanda. Quanto mais gente querendo o mesmo produto, maior a valorização”, disse.