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ENTREVISTA

Aumento de casos de hepatite A acende alerta e intensifica ações em Campo Grande

Campanha de prevenção reforça testagem, vacinação e cuidados com profissionais da saúde

Campanha de prevenção reforça testagem, vacinação e cuidados com profissionais da saúde
- Foto: Divulgação/Prefeitura de CG
Campanha de prevenção reforça testagem, vacinação e cuidados com profissionais da saúde - Foto: Divulgação/Prefeitura de CG

Campo Grande já soma 188 casos de hepatite A registrados em 2025, superando os 159 do ano passado e quebrando um histórico de cinco anos sem notificações da doença. O avanço acendeu o alerta da Vigilância em Saúde, que intensificou neste mês de julho a campanha de prevenção às hepatites virais, em alusão ao Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites, celebrado no dia 28.

A ação envolve testagens rápidas, vacinação e orientações em unidades de saúde e também em locais públicos, com foco em alcançar diferentes públicos e reforçar o diagnóstico precoce.

“A hepatite é uma doença silenciosa e muitas vezes só é descoberta quando já existem complicações. A prevenção é a melhor forma de interromper esse ciclo”, destacou a superintendente de Vigilância em Saúde, Veruska Lahdo, em entrevista ao programa Microfone Aberto, da Massa FM Campo Grande.

Prevenção ainda é desafio

Segundo Veruska, o desconhecimento sobre as formas de transmissão e a pouca cultura preventiva dificultam o controle da doença. Ela alerta que a maioria das pessoas ainda só procura atendimento quando os sintomas se agravam.

“Falar de prevenção é difícil. As pessoas só buscam ajuda quando já estão doentes. Mas o serviço está disponível o ano todo”, afirmou.

Veruska Lahdo nos estúdios da Massa FM Campo Grande – Foto: Rodrigo Moreira/ Portal RCN67

Entre os sinais mais comuns da hepatite A estão febre, mal-estar, dores no corpo e icterícia — coloração amarelada nos olhos e na pele. Ao perceber qualquer sintoma, a orientação é procurar imediatamente uma unidade de saúde.

Casos e formas de contágio

A hepatite A é transmitida principalmente pelo consumo de água ou alimentos contaminados, e também por contato sexual desprotegido. Por isso, ações de conscientização sobre higiene, manipulação de alimentos e uso de preservativos têm sido reforçadas.

Já as hepatites B e C são transmitidas por contato com sangue ou secreções contaminadas, especialmente em procedimentos com materiais perfurocortantes, como seringas e agulhas. A cidade mantém média anual de 50 a 60 casos de cada uma dessas variantes.

Vacina e testagem estão disponíveis

A vacina contra a hepatite B está disponível gratuitamente nas unidades de saúde de Campo Grande e pode ser tomada por qualquer pessoa que ainda não tenha recebido ou que tenha o esquema vacinal incompleto.

A rede também oferece testes rápidos para hepatites B e C, HIV e sífilis. Além dos atendimentos nas unidades, a Sesau realiza ações extramuros em locais como praças, supermercados e camelódromos.

“Temos centros especializados como o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) e o CEDIP, mas levamos as testagens para os bairros porque o diagnóstico precoce evita complicações e ajuda a interromper a cadeia de transmissão”, afirmou Veruska.

Atenção aos profissionais de saúde

A campanha também tem foco nos profissionais da saúde, considerados grupo de risco. A superintendente reforçou a importância do uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) e da notificação de qualquer acidente com material biológico.

Em caso de exposição, a orientação é procurar atendimento imediato para avaliação e uso da profilaxia pós-exposição (PEP), disponível nas unidades de pronto atendimento (UPAs).

“A notificação ajuda a entender o real impacto da doença entre os trabalhadores e orienta melhor as políticas de proteção”, completou Veruska.

Confira a entrevista na íntegra: