O Brasil registrou déficit de US$ 4,7 bilhões nas contas externas em agosto, segundo dados divulgados pelo Banco Central. Apesar do saldo negativo, o resultado é melhor do que os US$ 7,2 bilhões do mesmo mês do ano passado.
No acumulado de 12 meses, o déficit somou US$ 76,2 bilhões, equivalente a 3,51% do Produto Interno Bruto (PIB).
Comércio exterior ajuda a melhorar saldo
A balança comercial teve superávit de US$ 5,5 bilhões em agosto, resultado de exportações de US$ 30 bilhões (alta de 3,8%) e importações de US$ 24,5 bilhões (queda de 2,6%).
Já o déficit em serviços ficou em US$ 4,2 bilhões, redução de 20% em relação ao mesmo mês de 2024. Na conta de renda primária, porém, houve déficit de US$ 6,3 bilhões, 6,4% acima do registrado no mesmo período do ano passado.
O que significa saldo negativo
As contas externas medem o fluxo de recursos entre o Brasil e o resto do mundo. Um saldo negativo indica que mais dinheiro saiu do país do que entrou, por exemplo com importações, pagamento de juros, lucros e dividendos para empresas estrangeiras ou gastos com viagens e serviços.
Se esse movimento persiste por muito tempo, pode pressionar a taxa de câmbio, aumentar a necessidade de financiamento externo e afetar a estabilidade econômica.
Investimentos estrangeiros e reservas
Os investimentos diretos no país somaram US$ 8 bilhões em agosto, praticamente estáveis em relação ao mesmo mês do ano passado. No acumulado de 12 meses, o valor chega a US$ 69 bilhões, equivalente a 3,18% do PIB.
As reservas internacionais encerraram agosto em US$ 350,8 bilhões, crescimento de US$ 5,7 bilhões sobre julho, no maior patamar desde novembro de 2024.