A líbero Camila Brait, um dos nomes mais conhecidos do vôlei feminino brasileiro, anunciou que esta será sua última temporada na Superliga. Aos 36 anos, a capitã do Osasco São Cristóvão Saúde, tricampeã da Superliga de Vôlei Feminino pela time, possuir quatro títulos do Grand Prix (atual Liga das Nações de Vôlei) e ser vice-campeã nas Olimpíadas de Tokyo em 2021, revelou durante coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (17), em Campo Grande, que pretende encerrar o ciclo dentro das quadras após a competição, marcando o fim de uma trajetória de duas décadas dedicadas ao esporte.
“Amo jogar vôlei, amo a rotina, o grupo, tudo que o esporte me deu. Mas acho que tudo na vida tem um ponto final. Então, essa Superliga realmente vai ser a minha última. A partir de abril, quero cuidar da minha família e seguir novos planos”, afirmou Brait.
O técnico do Osasco, Luizomar de Moura, que destacou a importância da jogadora não apenas dentro de quadra, mas também nos bastidores do time.
“Ter a Camila é um privilégio. Ela faz falta se não está jogando, mas também fora de quadra, com o caráter e a liderança que tem. Enquanto houver esperança, a gente vai tentar convencê-la a ficar mais um pouco”, brincou o treinador.
Da cidade pequena ao pódio olímpico
Camila Brait começou no vôlei aos nove anos, em Sacramento (MG), uma cidade de pouco mais de 26 mil habitantes e sem muito incentivo ao esporte. “Era só o que passava na televisão e passavam poucos jogos naquela época”. A atleta aprendeu observando fitas de jogadoras estrangeiras e sonhando em seguir o mesmo caminho.
Aos 15 anos, deixou o interior para jogar em Uberlândia, e, aos 19, já estreava na Superliga pelo Osasco — clube que nunca mais deixou. “Graças a Deus tive uma estrutura muito grande, treinadores que acreditaram em mim, e o Luizomar foi quem me colocou para jogar tão nova. Espero que todo mundo tenha um Luizomar na vida”, contou.
Com mais de 15 anos defendendo o Osasco, a dedicação de Brait a levou ao pódio Olímpico em Tokyo, quando a Seleção Brasileira conquistou a medalha de prata. Além dos títulos e prêmios, a líbero ganhou carinho da torcida, não apenas de Osasco, mas de todos que acompanham o esporte, se consolidando como uma das maiores líberos da história do voleibol brasileiro.
“Se não fosse o vôlei, eu não teria conhecido meu marido, não teria jogado no Osasco, não teria a vida que tenho hoje”.
Supercopa em Campo Grande
Neste sábado (18), o ginásio Guanandizão, em Campo Grande, será palco da Supercopa de Vôlei 2025, que terá a disputa feminina entre Osasco São Cristóvão Saúde e Sesi Vôlei Bauru.
A partida é um clássico do vôlei paulista e nacional e coloca frente a frente Osasco, campeão da Superliga Feminina 2024/2025 e da Copa do Brasil de Vôlei Feminino, e Sesi Bauru, vice-campeão em ambas as competições e conquistou o título do campeonato paulista no último sábado (11). Na Supercopa, o time bauruense mira o bicampeonato, enquanto Osasco busca o título inédito no torneio.