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MEIO AMBIENTE

Corumbá é o município com mais área queimada no Brasil nos últimos 40 anos

Entre 1985 e 2024, fogo consumiu mais de 3,8 milhões de hectares no município pantaneiro, o equivalente a 37% do total queimado em MS

Entre 1985 e 2024, fogo consumiu mais de 3,8 milhões de hectares no município pantaneiro -Foto: Reprodução/Governo de MS
Entre 1985 e 2024, fogo consumiu mais de 3,8 milhões de hectares no município pantaneiro -Foto: Reprodução/Governo de MS

Corumbá, no coração do Pantanal sul-mato-grossense, foi o município com maior área queimada acumulada no Brasil entre 1985 e 2024. Segundo dados do Relatório Anual do Fogo do MapBiomas, divulgados nesta terça-feira (23), mais de 3,8 milhões de hectares foram atingidos pelo fogo no território corumbaense ao longo das últimas quatro décadas.

O número equivale a 37% de toda a área queimada no estado de Mato Grosso do Sul no mesmo período. Para se ter ideia da dimensão, se Corumbá fosse um estado brasileiro, ocuparia a 13ª posição no ranking nacional de áreas queimadas.

Durante coletiva de imprensa, o coordenador de mapeamento do bioma Pantanal no MapBiomas, Eduardo Rosa, do MapBiomas, destacou os fatores que explicam a recorrência do fogo em Corumbá.

“Corumbá tem todo um complexo de vegetação nativa campestre, muito ligado a esse curso de inundação. Quando vem o curso de inundação, a vegetação se desenvolve. Quando seca, essa biomassa seca também fica disponível ao fogo”, explicou.

Do total de área atingida em Corumbá entre 1985 e 2024, a maior parte foi registrada em vegetação nativa. As formações campestres e florestais são as mais afetadas, com destaque para as regiões próximas ao rio Paraguai, onde os impactos sobre a biodiversidade são considerados severos.

Segundo ele, o uso do fogo como ferramenta de manejo também contribui para os altos índices de queimadas. “Você tem também esse processo de manejo e uso do fogo nas pastagens naturais. Quando não é muito bem utilizado, esse fogo foge do controle. Então é o contexto ali da extensão de Corumbá em relação ao bioma, do tipo de vegetação e do próprio uso do fogo também ligado ao tipo de vegetação que tem no município”, completou.