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ECONOMIA

Empresariado da Capital mantém pessimismo sobre economia, aponta índice de confiança

Pesquisa mostra que 52% dos empresários avaliam piora na economia, mas maioria ainda espera melhora nos próximos meses

Pesquisa mostra que 52% dos empresários avaliam piora na economia - Foto: Saul Schraam/Arquivo
Pesquisa mostra que 52% dos empresários avaliam piora na economia - Foto: Saul Schraam/Arquivo

A confiança do empresariado do comércio de Campo Grande registrou nova queda em setembro e permaneceu na zona negativa. O Índice de Confiança dos Empresários do Comércio (ICEC) fechou o mês em 96,5 pontos, abaixo da linha de 100 que separa otimismo de pessimismo. Em agosto, o indicador estava em 98,1 pontos.

Os dados, divulgados nesta terça-feira (30) pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), mostram que a piora foi puxada pela avaliação das condições atuais da economia e do comércio, que recuaram 8,2%. Para 52% dos empresários, a economia brasileira “piorou muito” no período.

Apesar disso, 54,5% dos entrevistados esperam melhora nos próximos meses e 81,5% acreditam que suas próprias empresas terão desempenho “um pouco” ou “muito” melhor.

Cautela no setor

A economista Regiane Dedé de Oliveira, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio-MS, avalia que o resultado sinaliza um fim de ano de maior prudência no varejo.

“Já estamos caminhando para os últimos meses do ano e a liberação da parcela do 13º salário e da restituição do IR sinalizam uma perspectiva mais favorável, com injeção de recursos na economia do Estado. Parte desses valores vai impactar o setor com as vendas diretas, e aquela parte que não retorna diretamente para os lojistas, muitas vezes, é utilizada para pagar dívidas, o que libera mais crédito e movimenta também o comércio local”, explicou.

Política e juros pesam

Para o economista, Eduardo Matos, o indicador reflete, além do cenário econômico, o ambiente político nacional. “O empresariado não está satisfeito com a condição da política nacional. Soma-se a isso a taxa de juros elevada, que é um remédio amargo para controlar a inflação, mas reduz o otimismo do setor”, afirmou.

Ele acrescenta que a soma da insatisfação política com a condução da política monetária reforça a percepção negativa. “Esses fatores combinados acabam corroborando para esse cenário de pessimismo por parte do empresariado, inclusive em Campo Grande, já que a economia local reflete o que ocorre no país”, disse.

Mesmo assim, Matos aponta que o comércio deve reagir pontualmente com as datas comemorativas do fim de ano. “Podemos esperar uma melhora em relação ao que estamos vivendo agora. Mas comparado a anos anteriores, muito possivelmente o quadro será pior”, avaliou.

Expectativas

Apesar da queda, o índice de expectativa do comércio ficou em 123,9 pontos, bem acima da zona de pessimismo. O ICEC é calculado pela CNC e a coleta de dados em Campo Grande é feita pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio-MS.