
Até 24 de novembro, pesquisadores da UFMS, indígenas Kadiwéu e brigadistas do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (PrevFogo/Ibama) realizam uma expedição na Terra Indígena Kadiwéu para plantar 425 mudas de pau-santo, árvore símbolo do Pantanal e ameaçada de extinção.

A espécie tem valor ambiental e cultural, já que suas resinas sustentam a produção de cerâmicas tradicionais que geram renda às artesãs do povo. “O pau-santo é um patrimônio do Pantanal, do Chaco e de Mato Grosso do Sul”, afirma a pesquisadora Letícia Couto.
O trabalho nasce do projeto Elegigo, desenvolvido no Instituto de Biociências da UFMS, após anos de pesquisa em parceria com a comunidade. O nome se inspira no termo Kadiwéu que identifica a planta, registrada no Brasil apenas no Pantanal Chaquenho e em Mato Grosso do Sul. Segundo a coordenadora, a iniciativa integra ciência, cultura e participação direta das aldeias. “A comunidade atua em todas as etapas e isso fortalece a preservação ambiental e cultural ao mesmo tempo.”

Crianças das aldeias participaram de oficinas para coleta de sementes e cultivo das mudas e cada planta recebeu o nome de uma delas, o que aproxima as novas gerações da restauração do território.
Plantio de Pau-Santo
Pesquisadores mapearam 163 indivíduos de pau-santo e só em 2022 conquistaram o primeiro registro de frutos da espécie no país. Em 2023, veio a primeira flor brasileira de pau-santo, coletada por um brigadista da comunidade.
O plantio ocorre em áreas mapeadas como prioritárias após grandes incêndios e também próximas às residências de ceramistas para facilitar o uso da matéria-prima e manter viva a técnica tradicional.
Além da restauração da vegetação nativa, o projeto busca respostas diante da ameaça climática à espécie, considerada globalmente em risco de extinção.
*Fotos do arquivo do projeto Elegigo