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PECUÁRIA FORTE

Famasul comemora status de zona livre de febre aftosa sem vacina em Paris

Brasil recebe selo internacional de livre de aftosa sem vacina. Famasul celebra avanço sanitário histórico.

Presidente da Famasul em Paris celebrando reconhecimento internacional da OMSA
Marcelo Bertoni representa Famasul na certificação internacional da pecuária brasileira

A pecuária brasileira atingiu um marco histórico com o reconhecimento oficial da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). A OMSA declarou o Brasil como país livre de febre aftosa sem vacina. O anúncio ocorreu nesta quarta-feira (29), durante a 92ª Assembleia Geral da entidade em Paris, na França. A conquista consagra décadas de empenho conjunto entre governos, produtores rurais e entidades como a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS). A Famasul teve papel fundamental em todo o processo.

O presidente da Famasul, Marcelo Bertoni, acompanhou a cerimônia na capital francesa e celebrou a conquista: “O fim da vacinação e o reconhecimento internacional como área livre de febre aftosa colocam Mato Grosso do Sul em um novo patamar sanitário e comercial. É um selo de qualidade que chancela todo o esforço feito pelo produtor rural, pela assistência técnica, pelas entidades de classe e pelo poder público.”

Famasul: protagonismo no avanço sanitário

A atuação da Famasul antecede o próprio PNEFA (Plano Nacional de Erradicação da Febre Aftosa). A entidade promoveu debates, apoiou tecnicamente os produtores e investiu em campanhas de educação sanitária. Para Bertoni, “a certificação internacional reforça que estamos prontos para competir com os maiores players globais, como Estados Unidos e Austrália. Podemos competir com sanidade, rastreabilidade e sustentabilidade.”

Representatividade brasileira em Paris

O evento contou ainda com a presença de autoridades como Gedeão Pereira, vice-presidente de Relações Internacionais da CNA, a senadora Tereza Cristina (FPA), a diretora Sueme Mori, o secretário estadual Jaime Verruck (Semadesc) e Daniel Ingold, diretor da Iagro.

João Martins, presidente da CNA, comemorou:

“O Brasil pode vender carne para qualquer país do mundo. É uma conquista dos produtores e de todos os brasileiros.”

Gedeão Pereira reforçou:

“Temos que cuidar ainda mais do nosso rebanho. O mercado exige quantidade, rapidez e qualidade.”

A Senadora Tereza Cristina também destacou o caráter coletivo da vitória:

“Hoje é um dia histórico, de muita gratidão a todos que participaram para que tivéssemos o certificado em mãos.”

Impulso para o mercado sul-mato-grossense

O novo status sanitário traz impactos significativos para o agronegócio de Mato Grosso do Sul. Segundo a Semadesc, o estado já exporta carne para mercados exigentes como China e Estados Unidos. Agora, poderá ampliar suas negociações para destinos como Japão, antes restritos apenas a Santa Catarina.

“Ampliamos nosso potencial de acesso a países que valorizam e remuneram melhor o produto. Isso fortalece diretamente o setor produtivo de MS”, declarou Jaime Verruck.

Erradicação passo a passo

Para atingir o status de livre de aftosa sem vacina, o estado suspendeu a imunização obrigatória em novembro de 2022. Em seguida, a Iagro publicou a portaria que proibiu o uso da vacina em 2023. O Ministério da Agricultura reconheceu o novo status em 2024.

A febre aftosa é uma das doenças mais temidas da pecuária mundial. No Brasil, o combate começou oficialmente em 1950 e se intensificou com o PNEFA a partir de 2017. A meta é erradicar a doença até 2026.

A certificação concedida em Paris marca o reconhecimento internacional desse avanço. Além disso, consolida a imagem do Brasil como fornecedor confiável e competitivo no mercado global de carnes.