
Os investimentos em pesquisas científicas e tecnológicas em Mato Grosso do Sul cresceram mais de 700% nos últimos oito anos, impulsionados pela Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia). Em 2017, o volume aplicado em bolsas e projetos era de R$ 9 milhões e, em 2025, o valor ultrapassa R$ 74 milhões, com previsão de chegar a R$ 78 milhões até o fim do ano.
De acordo com a Fundect, vinculada à Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), o total investido entre 2017 e 2025 soma R$ 240 milhões. Desse montante, R$ 55 milhões foram destinados ao pagamento de bolsas e R$ 185,4 milhões ao financiamento de 1.538 projetos de pesquisa e inovação.
A UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) recebeu a maior parte dos recursos, com cerca de R$ 25,3 milhões em bolsas e R$ 85,2 milhões em projetos. A UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) aparece em seguida, com R$ 6,2 milhões em bolsas e R$ 46 milhões em projetos.
UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) e UCDB (Universidade Católica Dom Bosco) também figuram entre as principais beneficiadas, com R$ 36,8 milhões no total. IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul) e Uniderp (Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal) completam a lista, com aproximadamente R$ 9 milhões em investimentos diretos.
Além disso, a fundação ampliou o número de bolsas acadêmicas: foram concedidas 3.128 de iniciação científica, 900 de mestrado, 886 de doutorado e 128 de pós-doutorado. Entre os projetos apoiados estão iniciativas nas áreas de saúde, agricultura, comunicação e sustentabilidade.
Pesquisas apoiadas pela Fundect também têm alcançado reconhecimento nacional. A professora Ana Rita Coimbra, finalista do Prêmio Capes de Tese 2024, com abordagem em hepatites virais, infecções sexualmente transmissíveis, HIV/Aids e HTLV em populações vulneráveis.
Na agricultura, a pesquisadora Larissa Teodoro, vencedora do Prêmio Fundação Bunge de Jovem Cientista 2024, ressalta que o incentivo é decisivo. “O apoio da Fundect foi fundamental para eu receber essa premiação. Esses recursos financeiros são vitais para desenvolvermos tecnologias voltadas para a sustentabilidade na agricultura”, afirma Larissa Teodoro, pesquisadora da UFMS.
Com resultados expressivos e expansão contínua, a Fundect se consolida como um dos principais instrumentos de fomento à ciência e tecnologia em Mato Grosso do Sul, aproximando a pesquisa das necessidades econômicas e sociais do Estado.