
Innformações apuradas pelo portal RCN 67 dão conta de que o secretário municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos de Campo Grande, Marcelo Miglioli (PP), esta se colocou a disposição do partido para disputar o Senado em 2026. Isso pode mudar significatvamente a corrida por uma das vagas ao Senado.
Segundo apuração da reportagem, ele já comunicou a aliados mais próximos o desejo de disputar uma das duas vagas que Mato Grosso do Sul terá na próxima eleição. Ele começou a organizar o time que deve conduzir a pré-campanha.
De acordo com a apuração, Miglioli sinalizou que pretende atuar em sintonia com o projeto nacional da direita no Estado. Ainda nesta sexta-feira (5), ele teria agendado uma reunião com a senadora Tereza Cristina (PP) e com o ex-governador Reinaldo Azambuja, atual presidente estadual do PL. O encontro é para discutir o desenho da chapa majoritária. Além disso, discutirá o espaço do PP na disputa ao Senado.
O encontro é visto por interlocutores como um passo concreto para testar sua viabilidade interna.
A movimentação ocorre em um cenário em que o PP já trabalha com a meta declarada de eleger um senador em 2026. Enquanto isso, o PL prepara a candidatura de Reinaldo Azambuja para a outra vaga. Em eventos recentes do Progressistas, o nome de Miglioli aparece ao lado dos deputados Gerson Claro e Luiz Ovando. Eles são considerados os três pré-candidatos da sigla à segunda cadeira da direita no Senado.
Trajetória ligada à infraestrutura
Engenheiro civil formado pela UFMS, Ednei Marcelo Miglioli construiu sua carreira primeiro na iniciativa privada, na construção pesada e no mercado imobiliário. Mais tarde, migrou para a gestão pública.
No governo de Reinaldo Azambuja, assumiu a Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra). Ele comandou um pacote de obras rodoviárias e urbanas em todo o Mato Grosso do Sul e acumulou também a função de diretor-presidente da Agesul, responsável por grandes contratos de pavimentação e restauração de rodovias.
Depois de deixar o cargo estadual, Miglioli seguiu transitando entre funções técnicas e políticas. Em 2018, foi candidato ao Senado pelo PSDB, conquistando 347.861 votos (15,07%).
Mais tarde, em 2020, disputou a Prefeitura de Campo Grande pelo Solidariedade, em chapa pura, e terminou o pleito com 1,9% dos votos válidos.
Da disputa municipal ao comando das obras da Capital
A volta ao centro do jogo político estadual ganhou força a partir de 2023. Isso aconteceu quando a prefeita Adriane Lopes (PP) o nomeou secretário municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, em sua primeira grande mudança no secretariado.
Na sequência, ele assumiu também papel estratégico na política eleitoral da Capital. Em 2024, aceitou a “missão” do PP de coordenar a campanha de reeleição de Adriane Lopes. Ele conciliou a rotina na secretaria com a função de articulador de bastidores.
A participação direta na campanha reforçou sua proximidade com a prefeita e o alinhamento com o grupo liderado pela senadora Tereza Cristina.
Com a retomada de obras estruturantes e o avanço da operação tapa-buracos na cidade, o nome de Miglioli passou a ser citado com mais frequência em análises políticas. Ele se tornou uma opção competitiva do PP para o Senado.
Diante das missões que cumpriu na campanha, Miglioli se tornou um dos homens de confiança da Senadora Tereza Cristina. Esta condição pode pesar na escolha interna do partido.
Disputa interna no PP e corrida com a direita
Dentro do Progressistas, Miglioli divide espaço com o presidente da Assembleia Legislativa, Gerson Claro, e com o deputado federal Luiz Ovando. Ambos estão também interessados em disputar o Senado com o apoio de Tereza Cristina. Enquanto isso, o PL aposta na “dobradinha” de direita com Reinaldo Azambuja e Capitão Contar. Este último recentemente oficializou filiação ao partido e confirmou a pré-candidatura ao Senado.
Nesse cenário, a possível candidatura de Miglioli tende a reorganizar forças no campo conservador de Mato Grosso do Sul. De um lado, ele carrega o selo de gestor de obras, com passagens por grandes projetos de infraestrutura estadual e municipal. De outro, agrega a experiência recente na coordenação de uma campanha vitoriosa na Capital. Isso lhe dá trânsito entre prefeitos, vereadores e lideranças regionais do PP.
Além disso, o histórico de 2018, quando disputou o Senado praticamente “na raça”, sem a estrutura partidária que hoje o cerca, é citado por aliados como aprendizado para a nova tentativa.
Agora, a estratégia passa por construir musculatura política dentro da federação PP–União Brasil. Também envolve negociar espaço com o PL. Ele deseja evitar repetir a experiência de uma candidatura isolada, sem bases sólidas no Estado.
Enquanto organiza o núcleo de apoiadores e prepara os primeiros movimentos públicos da pré-campanha, Miglioli entra oficialmente no grupo de nomes que pretendem ocupar uma cadeira do Mato Grosso do Sul em 2026.
Ao lado de figuras como Reinaldo Azambuja e Capitão Contar, além dos atuais senadores Nelsinho Trad, Simone Tebet e Soraya Thronicke, ele ajuda a desenhar uma das disputas mais acirradas da próxima eleição no Estado.