Uma das variedades mais comercializadas na Central de Abastecimento de Mato Grosso do Sul (Ceasa/MS), a banana do tipo maçã enfrenta uma ameaça que desafia os produtores da fruta.
A banana-maçã é uma das mais suscetíveis ao mal-do-Panamá, doença que é capaz de comprometer o solo das plantações por anos. A variedade foi a segunda mais comercializada na Ceasa/MS, no primeiro semestre de 2025. Foram 1,2 mil toneladas vendidas de banana-maçã.
O que é o mal-do-Panamá?
O engenheiro agrônomo Roger Soares de Almeida, da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), explica que o mal-do-Panamá é uma doença causada pelo fungo Fusarium oxysporum f. sp. cubense. Ele infecta a bananeira por meio das raízes e se alastra por toda a planta, enfraquece o pseudocaule e deixa as folhas amarelas e mais velhas.
A doença começa a se manifestar comprometendo a qualidade e a produtividade das bananeiras, levando a planta à morte.
“Embora o crescimento não cesse, as folhas mais novas tendem a ser pálidas, sem brilho e podem ter tamanho reduzido. O cacho pode ser menor, com frutos pequenos que amadurecem de forma irregular e prematura”, comenta Roger.
Conforme o engenheiro agrônomo, as principais formas de disseminação da doença são o contato das raízes de plantas sadias com plantas doentes ou o uso de material de plantio infectado.
“Mas o fungo também é disseminado por água de irrigação, de drenagem e de inundação, assim como pelo homem, por animais e pela movimentação de solo”, explica Roger.
A resistência do microrganismo causador do mal-do-Panamá impressiona. Segundo Roger, o fungo pode sobreviver no solo por mais de 20 anos ou ainda em hospedeiros intermediários, inviabilizando o cultivo da banana-maçã. No Brasil, além da banana-maçã, as variedades do grupo Prata também são bastante suscetíveis à doença.
Uma das formas de evitar que o mal-do-Panamá comprometa toda a plantação é a erradicação de plantas doentes e a posterior desinfecção com cal da cova e da planta exterminada.
“A prevenção se dá por meio do uso de mudas sadias, oriundas de viveiros e laboratórios certificados pelo MAPA (Ministério da Agricultura e Pecuária), do uso de áreas de cultivo sem histórico do patógeno, além da correção e adubação equilibrada”, comenta o engenheiro agrônomo.
A “maçã” é uma das variedades de banana mais caras, não só pelo sabor, mas justamente pelos fatores que tornam o seu cultivo tão delicado. O preço da caixa de banana-maçã varia, em média, de R$ 130,00 até R$ 180,00 na Ceasa/MS. A variedade só não é mais comercializada do que a banana-nanica, com 17 mil toneladas vendidas nos seis primeiros meses do ano.
*Com informações da Ceasa/MS