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AGRO É MASSA

Logística e sustentabilidade desafiam MS e tornam Rota Bioceânica peça estratégica

Especialista destaca que a eficiência logística pode ser diferencial competitivo para o Estado no mercado global

O presidente do Chile, Gabriel Boric, realiza visita oficial ao Brasil entre os dias 22 e 23 de abril e traz como uma das prioridades da viagem as conversas com autoridades brasileiras sobre os avanços da Rota Bioceânica,
Obra da ponte sobre o rio Paraguai está 70% concluída - Foto: Divulgação/MOPC

Os desafios da logística e da sustentabilidade em Mato Grosso do Sul foram tema da entrevista com o consultor em comércio exterior Aldo Barrigosse, no programa Agro é Massa desta quarta-feira (10). Segundo ele, a distância dos portos e dos grandes centros consumidores ainda é um obstáculo para o agronegócio sul-mato-grossense competir em igualdade com outros países produtores.

Barrigosse destacou que, enquanto nos Estados Unidos e na Argentina as ferrovias e hidrovias reduzem os custos de transporte, no Brasil a dependência do modal rodoviário torna a produção mais cara e menos competitiva. Para o especialista, investir em rotas eficientes significa não apenas reduzir custos, mas também contribuir para a sustentabilidade, ao diminuir o uso de combustíveis fósseis.

Em Mato Grosso do Sul, um exemplo citado é a rota da celulose, em Três Lagoas, onde a concessão de trechos rodoviários à iniciativa privada buscou reduzir custos logísticos e atrair investimentos. O consultor avalia que o estado segue no caminho certo, mas a burocracia ainda atrasa processos de concessão e infraestrutura, impactando a competitividade.

A Rota Bioceânica foi apontada como uma oportunidade estratégica para o estado. Prevista para ficar pronta entre 2026 e 2027, a ligação entre Brasil, Paraguai, Argentina e Chile deve facilitar a exportação de produtos de maior valor agregado, como carne refrigerada, e a importação de insumos pelos portos chilenos. No entanto, Barrigosse alertou que questões aduaneiras e limitações técnicas, como a proibição de rodotrens em parte do trajeto, podem restringir o uso da rota para commodities como a soja.

O especialista também ressaltou que a logística precisa ser tratada como prioridade permanente, independentemente de mudanças políticas. Segundo ele, obras como a implantação de ferrovias podem reduzir em até 30% o custo do frete em regiões como Dourados, fortalecendo a competitividade do agronegócio sul-mato-grossense no mercado global.

Para Barrigosse, Mato Grosso do Sul já é produtivo dentro das fazendas, mas para manter relevância internacional precisa avançar da “porteira para fora”, com logística eficiente e integração regional.

Confira a entrevista compelta no Agro é Massa desta quarta-feira (10):