Uma pesquisa nacional sobre hábitos culturais revelou que, embora grande parte dos moradores de Campo Grande conheça pontos importantes da cidade, como o Bioparque Pantanal e a Casa do Artesão, muitos nunca os visitaram. O dado expõe um cenário de baixo aproveitamento da oferta cultural da capital sul-mato-grossense, que aparece abaixo da média nacional em diferentes atividades culturais.
De acordo com o levantamento, realizado pelo Datafolha em 2024, apenas 12% dos moradores foram ao teatro nos 12 meses anteriores à pesquisa, enquanto a média das capitais brasileiras é significativamente mais alta. Em museus e exposições, o índice também é menor do que a média nacional. O estudo ainda indica que o acesso cultural caiu em Campo Grande em comparação a pesquisas anteriores, como a de 2014, quando mais pessoas declararam frequentar cinemas, shows, festas populares e bibliotecas.
O Bioparque Pantanal, considerado o maior aquário de água doce do mundo, é um dos exemplos mais emblemáticos: citado como espaço conhecido por grande parte da população, mas pouco frequentado de fato. O mesmo ocorre com a Casa do Artesão, importante ponto de valorização da cultura local.
A pesquisa mostra também que o interesse existe. Um número expressivo de entrevistados declarou vontade de participar de shows, peças de teatro, atividades de dança e visitas a museus, mesmo sem ter ido nos últimos 12 meses. Esse público é considerado “potencial”, ou seja, poderia mais que dobrar a taxa de acesso caso tivesse condições para comparecer.
Especialistas destacam que a baixa frequência não está ligada apenas à falta de interesse, mas também a barreiras econômicas, de tempo e de informação. Além disso, a infraestrutura cultural da cidade ainda não alcança o mesmo patamar de outras capitais brasileiras, o que limita as opções de lazer.