A colheita do milho segunda safra avança em Mato Grosso do Sul e, ao mesmo tempo, produtores já começam a organizar o plantio da soja para a safra 2025/2026. Um dos principais pontos levados em conta nesse planejamento é o comportamento do clima nos próximos meses. De acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), há uma chance de 56% de que o fenômeno El Niño-Oscilação Sul (ENOS) entre em fase neutra entre agosto e outubro deste ano.
Essa condição de neutralidade significa que não haverá aquecimento ou resfriamento das águas do Oceano Pacífico, o que, em tese, manteria as chuvas dentro da média histórica. No entanto, modelos climáticos apontam que o volume de chuva pode variar e as temperaturas tendem a ficar acima da média no Estado.
Segundo o assessor técnico da Aprosoja/MS, Flavio Aguena, é fundamental que o produtor acompanhe as previsões de curto prazo e se adapte, já que o clima pode mudar bastante entre as diferentes regiões de MS.
Para o período de agosto a outubro, os modelos climáticos indicam que a Oscilação Antártica estará em fase negativa, o que favorece a chegada de frentes frias e pode elevar as chances de chuva em parte do estado. Isso pode beneficiar o plantio da soja, mas também exige atenção para evitar perdas durante a colheita do milho.
O fenômeno ENOS, que alterna entre as fases de El Niño, La Niña e neutralidade, é um dos mais observados por quem vive no campo. Enquanto o El Niño costuma trazer mais chuvas e calor, a La Niña reduz o volume de precipitações. Já a neutralidade — como a esperada para os próximos meses — tende a manter os níveis dentro da média, mas ainda assim sujeita a oscilações causadas por outros fatores climáticos.
Com tantas variáveis, especialistas reforçam que o acompanhamento constante do clima é essencial para garantir uma boa safra. Decisões sobre plantio, colheita e uso de insumos podem ser ajustadas conforme as mudanças no tempo, evitando prejuízos e aproveitando melhor as condições favoráveis.