O cenário da soja segue influenciado pelas negociações comerciais entre Estados Unidos e China, com expectativa de que um futuro acordo inclua compras do grão americano. Segundo a analista de mercado Marta Guimarães, enquanto esse desfecho não ocorre, os prêmios da soja brasileira permanecem valorizados, mas essa tendência pode ter prazo limitado.
Marta explica, durante o Agro é Massa desta segunda-feira (25), que produtores dos Estados Unidos pressionam por uma solução rápida, já que cerca de 50% da soja do país tem como destino a China. A guerra comercial prolongada ameaça a sobrevivência de parte desses agricultores, o que levou até mesmo a uma carta pública direcionada ao presidente Donald Trump pedindo avanços no acordo.
Os dados mais recentes mostram que a China aumentou em 14% as importações de soja brasileira em julho, totalizando 10,4 milhões de toneladas, enquanto reduziu em 11% as compras dos Estados Unidos, que somaram apenas 421 mil toneladas. A Argentina também ganhou espaço, exportando 570 mil toneladas no mês, número expressivo em comparação ao volume de janeiro a julho do ano anterior.
Apesar desse avanço argentino, a analista ressalta que há dificuldades relacionadas à qualidade do farelo de soja, o que pode limitar o potencial de crescimento das vendas para a China. O mercado chinês é considerado o mais rigoroso em termos de qualidade, o que levou até mesmo ao desvio de cargas iniciais enviadas pela Argentina.
Para Marta Guimarães, a tendência é de que um acordo entre EUA e China seja firmado, mas os preços da soja em Chicago podem enfrentar pressão de baixa em função da oferta já elevada. Assim, mesmo com recuperação futura, o movimento tende a ter limites, e o foco do mercado seguirá nas decisões de compra da China após o desfecho das negociações
Confira a analise no programa Agro é Massa desta segunda-feira (25):