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"Não é falta de recurso, é falta de humanidade", diz voluntária da FSF

Voluntariado em Moçambique mudou a visão de vida da nordestina Ângela Araújo

Voluntariado em Moçambique mudou a visão de vida da nordestina Ângela Araújo - Foto: Reprodução/FSF
Voluntariado em Moçambique mudou a visão de vida da nordestina Ângela Araújo - Foto: Reprodução/FSF

Em entrevista nesta manhã (16) a gerente do departamento de voluntariado da Organização humanitária Fraternidade sem Fronteiras (FSF), Ângela Araújo, contou um pouco das experiencias que viveu durante o voluntariado em Moçambique, na África, em 2016. Nordestina, a gerente está há dois anos em Campo Grande e viu no país distante quase 10 mil km do Brasil, um pouco sertão nordestino.

Ângela Araújo mora na capital há dois anos

“É impactante a gente ver um descampado com várias crianças, a gente está conversando e tem crianças morrendo porque não tem o alimento. Crianças órfãs, um de oito cuidando de uma de seis anos. Idosos pelo chão. Mães com pano amarrado na barriga para não sentir a dor da fome. Não é falta de recurso, é falta de humanidade”, contou.

Criada em 2010, pelo campo-grandense Wagner Moura Gomes, a FSF atende mais de 34 mil pessoas acolhidas em oito países, sendo cinco na África (Moçambique, Malawi, Madagascar, Senegal, República Democrática do Congo e Haiti), além do Brasil e Estados Unidos.

Na capital, são dois projetos executados, a Orquestra Filarmônica Jovem Emmanuel e a Clínica da Alma – Fraternidade na Rua. Iniciado em outubro de 2017, a Orquestra oferta formação para crianças e adolescentes da periferia da cidade com aulas de violino, viola clássica, violoncelo, contrabaixo, flautas transversal e barroca e clarinete.

Orquestra Filarmônica Jovem Emmanuel

A ajuda também chega em forma de afeto e tempo, com os voluntários. Somado ao braço fraterno que leva comida, roupas, educação, abrigo e outros. São pouco mais de cinco mil voluntários, a maioria brasileiros, espalhados por diversas parte do mundo em prol do outro.

“O limite é o céu. O voluntário chega cheio de motivações, sempre com um propósito de ajuda. Eles ajudam de diversas maneiras, dentro de suas habilidades/profissões ou não. É um movimento transformador, quanto mais você compartilha, mais você multiplica”, disse.

Nesta quarta-feira, a partir das 17h, o evento internacional ‘Conversando Sobre Fraternidade’ irá reforçar a importância do voluntariado e da fraternidade em ações de ajuda ao próximo. A transmissão será em formato on-line (clique aqui para acessar), diretamente do Museu das Culturas – Dom Bosco, no Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande.

Confira a entrevista completa:

Sobre a Fraternidade

A Organização humanitária Fraternidade sem Fronteiras (FSF) foi criada em novembro de 2009, em Campo Grande, a partir de um chamado do coração de Wagner Moura Gomes, fundador-presidente da ONG. O principal objetivo era fazer um movimento para vivenciar e praticar a fraternidade sem restrições étnicas, geográficas ou religiosas, amparando prioritariamente crianças e jovens em situação de vulnerabilidade ou risco social.

Nação Ubuntu, da FSF

O trabalho de amparo começou em 2010 com a criação do primeiro centro de acolhimento em Moçambique, na região mais pobre do mundo, a África. Subsaariana, com um milhão de pessoas com fome, seiscentos mil órfãos, grande índice de contaminação pelo HIV e malária e a ausência de qualquer tipo de assistência.

Nos dois primeiros anos de atividades eram 400 pessoas cadastradas dispostas a contribuir mensalmente e ajudar ao próximo, no ano seguinte, já eram mais de 4 mil. Atualmente, são pelo menos 11 mil padrinhos que ajudam iniciativas em oito países: Brasil, Moçambique, Malawi, Madagascar, Senegal, República Democrática do Congo, Estados Unidos e Haiti. Em cada país, a ajuda é de uma forma, de acordo com a realidade local, que vai desde acesso à educação, à alimentação e à saúde.

No Brasil são seis atividades em diferentes estados. Entre eles o Projeto Orquestra Filarmônica Jovem Emmanuel, em Campo Grande (MS), iniciado em outubro de 2017, que oferta a formação para crianças e adolescentes da periferia com aulas de violino, viola clássica, violoncelo, contrabaixo, flautas transversal e barroca e clarinete.

Como ser um voluntário?

O apadrinhamento tem o valor de R$ 50 reais por mês para pessoa física e R$500 para pessoa jurídica. Com este valor a FSF entrega um mês de alimentação a uma criança, além do apoio escolar. Também é possível contribuir com doações únicas, trabalho voluntário e ser um divulgador da causa. Mais informações no site fraternidadesemfronteiras.orq.br (clique aqui para apadrinhar).