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ENTREVISTA

Ortopedista infantil alerta para sinais precoces de problemas nos ossos e articulações

Em entrevista à Massa FM Campo Grande, médica destaca importância do diagnóstico precoce e do acompanhamento do desenvolvimento motor

Médica ortopedista Laís Przysiada nos estúdios da Massa FM Campo Grande - Foto: Luiz Gustavo Soares/Portal RCN67
Médica ortopedista Laís Przysiada nos estúdios da Massa FM Campo Grande - Foto: Luiz Gustavo Soares/Portal RCN67

A saúde ortopédica das crianças precisa ser acompanhada desde os primeiros passos até o início da adolescência. É o que defendeu a médica ortopedista Laís Przysiada durante entrevista ao quadro Saúde é Massa, exibido nesta segunda-feira (19) no programa Microfone Aberto, da Massa FM Campo Grande.

Com atuação voltada ao público infantil, a médica falou sobre os principais problemas ortopédicos na infância e reforçou a importância de observar o desenvolvimento motor desde cedo.

Segundo Laís, embora os encaminhamentos mais comuns ocorram por indicação de pediatras, os pais também devem estar atentos a sinais como pés voltados para dentro ou para fora, tropeços frequentes, joelhos em X, arqueados ou alterações na coluna e nos pés.

“A criança pode ser levada diretamente ao ortopedista se os pais notarem algo fora do padrão. A observação dos responsáveis é essencial”, explicou.

Pé torto congênito: diagnóstico e tratamento

Um dos pontos de destaque na entrevista foi o tratamento do chamado pé torto congênito, uma condição identificável ainda no pré-natal, por meio de ultrassom. Laís explicou que, nesses casos, o atendimento especializado deve começar logo após o nascimento.

A correção é feita com um método não invasivo chamado Ponseti, que consiste em manipulações e trocas semanais de gesso, podendo incluir uma pequena cirurgia e o uso de órtese após a correção.

“É um problema que acomete músculos, tendões e ossos do joelho para baixo, mas com o tratamento adequado, a criança pode levar uma vida normal”, afirmou.

Quando o atraso no andar é um sinal de alerta?

A ortopedista também abordou as preocupações comuns de pais cujos filhos demoram a engatinhar ou andar. Ela explica que há marcos do desenvolvimento neuromotor que devem ser acompanhados por pediatras.

“Se houver atraso, é necessário investigar. Pode ser um sinal de condições neuromusculares”, disse.

Adolescentes, coluna e mochila pesada

Já na fase da adolescência, Laís destacou que alterações na coluna — como a escoliose — são comuns, especialmente durante o chamado “estirão do crescimento”. Segundo a especialista, é nesse período que aumentam as queixas de dores nas costas, principalmente entre meninas.

Ela também alertou para os impactos da má postura e do uso inadequado de mochilas escolares. “O peso da mochila deve ser, no máximo, 10% do peso da criança. E ela precisa estar bem ajustada ao corpo, com uso das duas alças nos ombros”, orientou.

O uso incorreto pode sobrecarregar a coluna e causar desconforto ou problemas posturais.

Observação contínua

Ao final da conversa, a médica reforçou que o acompanhamento da saúde ortopédica infantil deve ser contínuo. “Desde os primeiros sinais, como quedas frequentes, até a adolescência, com atenção à postura e crescimento acelerado, é essencial que pais e responsáveis estejam atentos. O diagnóstico precoce evita complicações no futuro”, concluiu.

Confira a entrevista na íntegra: