O Osasco São Cristóvão Saúde conquistou na noite deste sábado (18) o primeiro título de Supercopa de Vôlei Feminino da história do clube. Em uma atuação sólida e consistente, o time comandado por Luizomar de Moura derrotou o Sesi-Bauru por 3 sets a 0 (25×17, 25×19 e 28×26), no ginásio Guanandizão, em Campo Grande, diante de um público empolgado que lotou as arquibancadas.
A partida marcou um reencontro entre duas equipes que vêm protagonizando finais na temporada 2024/2025, disputando a Superliga, Campeonato Paulista e Copa Brasil, todas conquistadas por Osasco. Entretanto, Bauru começou a temporada 2025/2026 conquistando o Campeonato Paulista de forma invicta na semana passada e buscava o bicampeonato na Supercopa, mas o Osasco garantiu o título inédito contra a equipe bauruense.
“Foi um jogo importante, a primeira vez que nossa equipe atuou completa nesta temporada. A temporada passada foi uma maravilhosa, o que nos permitiu jogar mais torneios desse ano. Consequentemente, a responsabilidade aumenou. Agora é pé no chão, é saber entender esta vitória, comemorar, mas amanhã é virar página e foco na Superliga”, destacou o técnico do Osasco Luizomar de Moura.
O técnico expressou sua gratidão e felicidade por jogar em Campo Grande, cidade que ele descreveu como uma cidade que o recebeu com “festa linda” e “ginásio lotado”, mesmo saindo do eixo Rio-São Paulo-Minas, onde os ocorrem os principais torneios. “Eu saio daqui muito feliz e espero voltar novamente. Para nós, que estamos sempre ali naquele eixo, sair e vir pra uma cidade onde não tem tanta tradição do vôlei, que a gente não está acostumado a jogar e ver o quanto o Osasco é querido, é satisfatório”.
Luizomar reconheceu que a responsabilidade da equipe aumentou consideravelmente, mas manteve a serenidade. “Agora é pé no chão, é saber entender esta vitória, comemorar, mas amanhã é virar página e foco na Superliga”, afirmou. O treinador projetou uma Superliga de alto nível, destacando que “muitas equipes se reforçaram” e que a disputa será intensa, com dois jogos por semana e a necessidade de um elenco robusto.
A líbero e capitã do Osasco, Camila Brait, também elogiou a receptividade da torcida e destaca a importância da mudança de rota das cidades principais. “Nunca tinha vindo a Campo Grande. Muito feliz da galera conseguir prestigiar um jogo desse tamanho e fico feliz de trazerem [o torneio] para um lugar que não tem muito vôlei, não tem muitos jogos, não tem um time que participe da Liga A. Então, a gente tem que incentivar esse projeto de cada ano fazerem um lugar diferente, sem ser em São Paulo e em Rio”, completou.
Ela ainda estaca que a vitória é importante para dar ritmo ao início de temporada, mas também uma conquista especial: o único título que ainda faltava em sua vitoriosa trajetória pelo clube.
“Eu estou muito feliz com essa partida, era o único título que eu não tinha por Osasco. Como todo mundo sabe, eu vou me aposentar em abril, então estou muito feliz por conseguir ganhar todos os campeonatos pelo time”.
Tiffany faz história mais uma vez
Tiffany, uma das principais pontuadoras da decisão, celebrou o título com emoção e ressaltou o significado de sua trajetória. No ano passado, Tiffany se tornou a primeira mulher trans a ganhar a Superliga e, com a conquista da Supercopa de Vôlei Feminino, realiza o mesmo feito histórico.
“Eu acho que cada ano eu venho fazendo novas histórias e mostrando para todos esses adolescentes jovens que acreditam no esporte, que tudo é possível. Eu estou aqui e eles também podem estar, também podem ser grandes atletas. Passei por muitas dificuldades, mas elas não me impediram de correr atrás dos meus sonhos. E isso eu digo a todos eles: nossos sonhos podem ser realizados, basta a gente correr atrás sem medo”‘
Tiffany diz que o time sente a pressão de ter ganhado os principais torneios na temporada passada mas que não irão se acomodar com as conquistas.
“A pressão está em cima. Todos os times montaram times fortes. Mas nós vamos lutar para poder fazer o nosso melhor e conseguir buscar novamente mais títulos. A gente não pode ficar sentado, achando que está melhor, vamos buscar para vencer. Vai ser difícil, vai, mas nada é impossível”, declarou
Sesi Bauru segue de cabeça erguida
Do lado do Sesi Bauru, a levantadora capitã Dani Lins afirmou que ao afirmar que os resultados da temporada passada “ficaram para trás”, lamentou o desempenho da equipe e reconheceu a força do adversário, descrevendo o Osasco como uma “grande equipe”, mas que o importante agora é trabalhar cada vez mais.
“Hoje a gente não conseguiu fazer o nosso jogo. Elas foram melhores. Tivemos 14 erros em um set, é muito. Mas é isso: cabeça boa, quarta-feira já tem Superliga, depois Sul-Americana e tem Copa Brasil no meio. Final é final, e quem estiver melhor no dia ganha”, avaliou Dani.
*Com imagens de Ana Lorena Franco