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PROJETO

Padaria instalada em presídio de CG se aproxima de 1 milhão de pães doados a instituições sociais

Iniciativa funciona com mão de obra prisional e já distribuiu 32 toneladas de alimentos na capital desde 2021

Iniciativa funciona com mão de obra prisional e já distribuiu 32 toneladas de alimentos na capital desde 2021 - Foto: Divulgação/TJMS
Iniciativa funciona com mão de obra prisional e já distribuiu 32 toneladas de alimentos na capital desde 2021 - Foto: Divulgação/TJMS

Criada dentro do presídio semiaberto da Gameleira, em Campo Grande, a Padaria da Liberdade está perto de atingir uma marca simbólica: 1 milhão de pães doados a instituições beneficentes da capital sul-mato-grossense.

A iniciativa, que começou em 2021, alia trabalho prisional com capacitação profissional e impacto social direto — e já soma 32 toneladas de alimentos distribuídos.

A produção atual gira em torno de 5 mil pães por dia, mas deve chegar a 7 mil com a ampliação realizada em 2024, que dobrou o maquinário e solucionou gargalos na estrutura.

A maior parte da fabricação é vendida a empresas terceirizadas que fornecem refeições para presídios da capital. Uma parte, no entanto, vai para fora dos muros: 1.500 pães por dia são destinados a instituições como o Hospital Nosso Lar, Pestalozzi, São Julião e abrigos de crianças e adolescentes.

A logística da distribuição é feita pelo programa Mesa Brasil, do Sesc/Senac, que retira os alimentos diretamente na unidade e os entrega a entidades cadastradas. Só em março de 2025, mais de 29 mil pessoas foram beneficiadas com as doações. Ao todo, 61 instituições receberam pães naquele mês.

Desde o início do projeto, já foram fabricados mais de 2,5 milhões de pães, sendo 1,46 milhão vendidos e 894 mil doados até o fim de fevereiro deste ano.

Atualmente, sete internos trabalham na padaria. Todos passaram recentemente por um curso de manipulação de alimentos e já têm certificação em panificação e confeitaria. A formação, viabilizada pelo Senac, é apontada como diferencial para a reinserção no mercado de trabalho após o cumprimento da pena.

O modelo de financiamento também chama atenção: o investimento inicial foi feito com recursos descontados dos próprios detentos que trabalham por meio de convênios — 10% dos salários são destinados a esse fim. Os internos recebem um salário mínimo pelas atividades realizadas.

Além da padaria, a unidade da Gameleira também mantém uma horta, cuja produção é doada a famílias em situação de vulnerabilidade. A parte legal da operação, incluindo venda de pães e compra de insumos como trigo e açúcar, é gerenciada pela Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura ( Fapec), vinculada à UFMS.

*Com informações do TJMS