
O Dia do Pantanal, é celebrado nesta quarta-feira (12), em um cenário preocupante de secas prolongadas e perda acelerada de recursos hídricos. Dados do MapBiomas apontam que o bioma perdeu 61% da superfície de água em relação à média histórica, a maior redução entre todos os biomas brasileiros. Em 2024, o Pantanal registrou apenas 366 mil hectares cobertos por água, o equivalente a 2% da superfície hídrica do país.
Embora o Brasil detenha cerca de 12% da água potável do planeta, a distribuição é desigual. Mais da metade da superfície hídrica está concentrada na Amazônia, enquanto o Pantanal, que abriga uma das maiores planícies alagáveis do mundo, enfrenta o oposto: redução histórica das cheias e escassez crescente de água.

O levantamento mostra que o bioma ficou abaixo da média de volume de água durante todos os meses do último ano, mantendo a tendência de queda observada desde 2009. De lá até 2024, apenas 2022 registrou aumento da superfície de água. Desde a última cheia, em 2018, o Pantanal enfrenta períodos cada vez mais secos, intensificados pelas altas temperaturas e pela diminuição das chuvas.
Em 2024, a precipitação no bioma ficou 314 milímetros abaixo da média – com 205 dias sem chuva -, o que agravou a estiagem e risco de incêndios. Além disso, a combinação entre estiagem prolongada e calor intensocompromete a capacidade natural de regeneração dos ecossistemas.
Impacto das mudanças climáticas no Pantanal
Nos últimos 40 anos, a temperatura média do Pantanal aumentou 1,9°C, sendo 0,47°C por década, o ritmo mais acelerado entre os biomas brasileiros. O ano de 2024 foi marcado por temperaturas 1,8°C acima da média e por uma redução de 314 milímetros nas precipitações na Bacia do Alto Paraguai, responsável por alimentar os rios pantaneiros.

O avanço das mudanças climáticas e as transformações no uso da terra têm contribuído para a redução dos corpos d’água e para a intensificação de eventos extremos, como secas prolongadas e incêndios em larga escala.