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Pó de rocha "quebra" tabu na produção agrícola

Engenheiro agrônomo afirma que bioinsumo é solução para crise mundial dos fertilizantes

Rochagem se baseia no de pó de diversos tipos de rochas ou minerais para elevar qualidade de fertilidade no solo - Foto: Reprodução Internet
Rochagem se baseia no de pó de diversos tipos de rochas ou minerais para elevar qualidade de fertilidade no solo - Foto: Reprodução Internet

Os impactos na fabricação e exportação de fertilizantes devido à guerra entre Rússia e Ucrânia são visíveis internacionalmente. No Brasil, a produção do "pó de rocha", vem sendo utilizada na agricultura como alternativa para melhorar a qualidade do solo e também na cadeia produtiva pecuária. Durante entrevista no programa CBN Agro deste sábado (23), o engenheiro agrônomo e consultor de remineralização de solos, Antonio Alexandre Bizão, reforçou que o cenário atual é diferente de 10 anos atrás, quando o bioinsumo não tinha tanta visibilidade e agora, há possibilidade de renovar o sistema e o solo, que ao longo dos últimos 50 anos tem perdido qualidade. 

"Quando começamos há 23 anos, isso era motivo de piada entre as pessoas, que não acreditavam no processo de rochagem. O Brasil é um país privilegiado e estamos reaproveitando todo o potencial que temos, para suprir a demanda nos campos. O gado adulto no confimanemto gera 34kg de material pastoso, e 14 litros de urina por dia, o que muitas vezes acaba sendo disperdiçado. Com essa técnica, colocamos a rocha no piso do confimaneto junto com o fosfato e gesso agrícola, e daí, conseguimos produzir um fertilizante organomineral de altíssima qualidade", destaca.

Uma pesquisa da consultoria Globalfert mostra que, atualmente, cerca de 85% dos fertilizantes usados no Brasil são importados da Rússia. A Ucrânia também é um fornecedor relevante, assim como Belarus, que também está envolvido no conflito, piorando o cenário. Conforme pesquisas desenvolvidas na Univerdidade de Brasilia (UNB), e confirmadas por outros pesquisadores brasileiros, os custos de aquisição de pó de rocha são muito menores do que o dos insumos importados (cerca de 20 a 30% do valor dos insumos convencionais).

Seu efeito pode se estender por até quatro ou cinco anos consecutivos (disponibilização lenta dos nutrientes); os níveis de fertilidade são crescentes e resultados positivos ainda são observáveis até cinco anos após a aplicação dos remineralizadores; a produtividade mostra-se equivalente ou superior às obtidas pela fertilização convencional.

Em alguns casos, o rendimento pode ser até 30% superior do que o obtido com insumos químicos; as culturas agrícolas de ciclo longo (cana-de-açúcar/mandioca) e espécies florestais apresentam melhor desempenho, porque as plantas se utilizam por mais tempo dos nutrientes disponibilizados na medida da necessidade do crescimento delas. No site https://agrobizao.com.br/, você confere mais informações sobre o processo de rochagem. Assista a entrevista completa:  

 

(Com informações da Semagro-MS)