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Pobreza cai em MS, mas renda e trabalho ainda revelam desigualdade

Relatório do IBGE reúne dados sobre renda, trabalho, educação e distribuição populacional no estado

MS avança na educação infantil, mas não cumpre metas do PNE - Reprodução/Agência de Notícias MS
MS avança na educação infantil, mas não cumpre metas do PNE - Reprodução/Agência de Notícias MS

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a Síntese de Indicadores Sociais 2025, traçando um panorama das condições de vida no país com dados acumulados de 2024. Em Mato Grosso do Sul, houve uma melhora nas taxas de pobreza e emprego, mas a desigualdade de rendimentos entre grupos sociais ainda é marcante.

Queda da pobreza e desigualdades persistentes

O número de pessoas na extrema pobreza recuou de 2,0% para 1,6% entre 2023 e 2024, ritmo que retirou mais de 40 mil sul-mato-grossenses da linha de pobreza. Mesmo assim, o percentual atual de extrema pobreza permanece acima do registrado em 2014, que era de 1,4%.

O estado soma 93 mil pessoas com renda per capita de até um quarto do salário mínimo, enquanto 22,6 mil vivem em lares sem qualquer rendimento. A desigualdade aparece com mais força no recorte por raça: entre os 10% da população com menor renda, 63,3% são pretos ou pardos.

O rendimento domiciliar per capita médio chegou a R$ 2.114, com aumento de 4,8% em relação a 2023, mas os homens permanecem com renda superior à das mulheres. No recorte por cor ou raça, pessoas brancas registram renda 1,4 vez maior que pretos e pardos.

O índice de Gini, que mede desigualdade, alcançou 0,484 sem os efeitos dos programas sociais e 0,454 após esses benefícios. Ambas as medidas mostram piora em relação a 2015.

Mercado de trabalho melhora, mas número de desocupados volta a crescer

A taxa de desocupação caiu de 4,7% para 3,9% e chegou ao menor nível desde o início da série em 2012. O total de desocupados passou de 70 mil para 58 mil. A distância entre homens e mulheres diminuiu, com desocupação masculina em 3,5% e feminina em 4,4%.

O rendimento médio no trabalho principal subiu para R$ 3.265, e MS ficou com o oitavo maior valor do país. A proporção de trabalhadores formais alcançou 64,7%, com participação maior entre homens.

Mesmo com a queda do desemprego, a subutilização da força de trabalho subiu de 9,8% para 10,5% em 2024. O índice mostra quantas pessoas gostariam de trabalhar mais ou conseguir uma vaga, mas não conseguem avançar no mercado. Ele inclui quem procura emprego e não encontra, quem trabalha menos horas do que deseja e quem tem condições de trabalhar, mas não busca vaga por falta de oportunidade ou por desânimo.

O grupo de jovens de 15 a 29 anos fora do estudo e do trabalho caiu para 15,8%, o menor percentual desde 2012, com 100 mil pessoas nessa condição.

Educação avança na infância e segue longe das metas do PNE

A frequência escolar de crianças de 0 a 3 anos aumentou de 40,1% para 40,4%. Entre adolescentes de 15 a 17 anos, a taxa chegou a 92,6%, resultado que coloca MS na 12ª posição entre as unidades da federação.

Apesar disso, nenhum nível de ensino atingiu as metas do Plano Nacional de Educação (PNE). No fundamental, a taxa ajustada de frequência líquida ficou em 95%, ainda abaixo dos níveis pré-pandemia.

No ensino médio, o indicador atingiu 72,7%, distante dos 85% previstos para até 2025. No ensino superior, jovens de 18 a 24 anos alcançaram 31,1%, abaixo dos 33% desejados.

O estado registrou também a menor taxa de analfabetismo da série histórica, com 3,7% entre pessoas de 15 anos ou mais