A integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) tem transformado o campo sul-mato-grossense. Entre as inovações adotadas no estado, o sistema de quatro linhas vem se destacando por aumentar a produtividade das árvores e das culturas agrícolas, além de melhorar o conforto animal e a rentabilidade dos produtores. A técnica, aplicada em parceria com a Suzano, já mostra resultados promissores em diferentes regiões do país.
A gerente de operações florestais da Suzano, Marina Valim, explica que o arranjo de quatro linhas com espaçamento de 15 metros é amplamente estudado e aplicado nos sistemas de ILPF.
“Esse modelo potencializa o chamado efeito de borda, que permite às árvores aproveitar melhor a luz, a água e os nutrientes disponíveis”, detalha.
Segundo ela, as árvores localizadas nas extremidades dessas fileiras podem apresentar volume 50% a 60% maior em relação às que estão nas linhas centrais.
De acordo com Marina, o sistema pode alcançar até 75% da produtividade de uma floresta convencional, mesmo ocupando apenas metade da área total. “É uma forma de manter alta produção florestal e, ao mesmo tempo, aproveitar o solo para pecuária e lavoura”, afirma.
Além do aumento de produtividade, o espaçamento de 15 metros entre as linhas ajuda a reduzir o sombreamento das pastagens. “Quando o plantio é orientado no sentido leste-oeste, o impacto da sombra é menor, permitindo o bom desenvolvimento das gramíneas e proporcionando conforto térmico aos animais”, explica.
Um ponto importante no sistema é a escolha das espécies forrageiras. Conforme a gerente, elas devem respeitar as condições locais. “Cada região tem gramíneas que se adaptam melhor. O ideal é buscar o apoio de técnicos para definir a espécie mais tolerante ao sombreamento”.
Outro destaque da integração é a segurança econômica para o produtor. “Os contratos de parceria com a Suzano garantem estabilidade, pois fixam o preço da madeira e os reajustes desde o início do acordo. Além disso, o produtor recebe apoio técnico, mudas de eucalipto e até capital para a formação da floresta”, aponta.
Marina lembra que o modelo já ultrapassou 6 mil hectares implantados no Maranhão e segue crescendo em outros estados. “O sistema traz ganhos em produtividade, sustentabilidade e renda, fortalecendo a diversificação das atividades rurais”, resume.
Com resultados comprovados e benefícios econômicos e ambientais, o sistema de quatro linhas mostra que a integração lavoura-pecuária-floresta é uma alternativa sólida para o desenvolvimento sustentável do agronegócio brasileiro — especialmente em regiões como o Mato Grosso do Sul, que se consolida como referência em florestas plantadas e inovação produtiva.