O Hospital Regional de Mato Grosso do Sul reduziu em 43% os gastos com Nutrição Parenteral Total (NPT), terapia destinada a pacientes impossibilitados de se alimentar pela via oral, e alcançou uma economia anual superior a R$ 1,6 milhão. O corte ocorreu após mudanças na gestão do serviço, que antes consumia cerca de R$ 3,6 milhões ao ano e representava 6% do orçamento da instituição.
Segundo a farmacêutica Kelly Pilon, equipe identificou desperdícios no processo de prescrição e no fluxo de compra das bolsas de NPT, o que resultou em uma mudança nesta etapa. “Padronizamos o protocolo para que cada paciente receba uma única bolsa de NPT a cada 24 horas, o que eliminou pedidos fracionados e desperdícios. Isso, somado à informatização do sistema, trouxe mais segurança e controle para todos os envolvidos”, explica
O HRMS também implantou prescrição eletrônica com regras automáticas de validação clínica. O sistema passou a cruzar informações em tempo real, diminuindo riscos de erros e dando mais agilidade às equipes. A automação eliminou etapas manuais e reduziu falhas no repasse de dados para a farmácia e fornecedores.
Com o consumo monitorado, a administração ganhou poder de negociação e conseguiu baixar em média 25% o valor de compra das bolsas. Em seis meses, o custo médio por prescrição caiu de R$ 1,1 mil para menos de R$ 600 e a relação entre receitas e bolsas atingiu o índice considerado ideal, de um para um.
Além do impacto financeiro, o hospital aponta avanços na segurança assistencial e na produtividade. Por exigir apenas reestruturação de processos e ferramentas já disponíveis, o modelo pode ser adotado em outras unidades da rede pública.
O projeto recebeu o XX Prêmio Sul-Mato-Grossense de Inovação na Gestão Pública na categoria Prática Inovadora.
