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SAÚDE

Uso de anabolizantes pode alterar colesterol e aumentar risco de infarto

Estudos indicam impactos no perfil lipídico, resistência à insulina e maior probabilidade de doenças cardiovasculares

Uso de anabolizantes está cada vez mais associado a alterações no colesterol e ao aumento do risco de doenças cardiovasculares - Foto: José Cruz/Agência Brasil
Uso de anabolizantes está cada vez mais associado a alterações no colesterol e ao aumento do risco de doenças cardiovasculares - Foto: José Cruz/Agência Brasil

O uso de anabolizantes está cada vez mais associado a alterações no colesterol e ao aumento do risco de doenças cardiovasculares, alerta a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).

A preocupação ganha destaque nesta sexta-feira (8), Dia Mundial de Combate ao Colesterol.

Segundo a entidade, essas substâncias — semelhantes à testosterona — são usadas para promover ganho muscular e melhorar desempenho físico ou aparência, mas reduzem o HDL, conhecido como colesterol “bom”, e elevam o LDL, o “ruim”.

Também favorecem resistência à insulina, acúmulo de gordura visceral e outros fatores que compõem a síndrome metabólica, condição que eleva consideravelmente o risco cardiovascular.

Um estudo publicado na Sports Medicine Open acompanhou 92 praticantes de musculação e identificou alta prevalência do uso combinado de esteroides anabolizantes, insulina e hormônio do crescimento.

Foram registradas quedas acentuadas no HDL, aumento nas enzimas hepáticas ALT e AST e alterações no metabolismo de ácidos graxos. Outro levantamento, na Reviews in Endocrine and Metabolic Disorders, reforçou que o uso prolongado mantém alterações hormonais e inflamatórias mesmo após a suspensão, prolongando os riscos.

Dados da SBEM indicam que 6,4% dos homens já usaram anabolizantes, índice maior entre frequentadores de academias. Há relatos de infartos precoces em pessoas com menos de 40 anos, sem histórico familiar, mas com uso frequente dessas substâncias.

O Conselho Federal de Medicina proibiu, em 2023, a prescrição de esteroides anabolizantes para fins estéticos, por falta de comprovação científica de segurança e eficácia.

Entre os efeitos adversos citados estão hipertrofia cardíaca, hipertensão, aterosclerose, doenças hepáticas, transtornos mentais e alterações hormonais, como infertilidade e disfunção erétil.

*Com informações da Agência Brasil