RÁDIOS
Paranaíba, 29 de abril

Mães protestam contra decisão de Miziara no transporte rural

O secretário de Governo, Juvenal Neto, disse que a medida foi necessária para conter gastos e ajudar na construção do aterro sanitário do município

Por Lucas dos Anjos
26/02/2018 • 14h52
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Mães que moram na zona rural de Paranaíba fizeram um ato de protesto, na Praça da República, na manhã desta segunda-feira (26) contra decisão do prefeito Ronaldo “Miziara” de Lima (PSDB) de buscar os alunos da zona rural apenas na linha mestre.

Estiveram presentes cerca de 40 pessoas entre pais, mães e alunos, além dos vereadores Paulo Henrique Cançado Soares (PDT), Ailson Antônio de Freitas (Binga-PDT), Carlos Renato Garcia Rios (Corujinha-PR) e César Moreth da Silva Queiroz (Dem) que estavam apoiando o ato.

Após fazerem movimento com faixas, cartazes e apitos na Praça da República, os manifestantes foram para o Plenário José Agi, conversar com alguns vereadores e seguiram em passeata até a Prefeitura, mas não foram recebidos, pois segundo a assessoria o prefeito e a secretária de educação Leni Miziara estão viajando.

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Elizangela Rodrigues dos Santos, que mora em uma fazenda, relata que a distância entre a casa e o ponto é de aproximadamente 2,5 km. Por isso, seus dois filhos precisam caminhar diariamente até o local de passagem do ônibus.

Ela conta que a secretária de Educação, disse que as mães estavam reclamando das aulas serem todos os dias, mas ela rebate essa afirmação. “Nós fomos conversar com a Leni ela tentou colocar isso na nossa boca como se a gente tivesse reclamando da aula ser todos os dias e que a gente tivesse reivindicando que voltasse a ser três vezes na semana e não é isso, nós queremos que volte a pegar em casa”, desabafou.

Com problema semelhante Josiane Padilha Viana, moradora de uma da fazenda na região do Alto Santana, tem três filhos que precisam caminhar cerca de dois quilômetros para embarcar. No trecho há animais perigosos, como onças, disse a mãe.

Ainda segundo ela, eles perdem cerca de 1h30 por dia de serviço para buscar as crianças, pois não tem coragem deixá-los ir sozinhos. “De manhã meu marido tem que parar de tirar leite e levar as crianças, depois na volta à mesma coisa, isso quando não está chovendo ou o ônibus atrasa, aí fica mais tempo parado”, disse.

Josiane conta ainda que foi preciso negociar com o proprietário da fazenda as paradas que eles precisam fazer, para que não houvesse nenhum problema em relação aos horários. “Ele entendeu, ainda bem, mas sei de pessoas que tiveram problemas, porque é muito tempo parado”, finalizou.

Jéssica Souza mora na região do “Pé de Galinha” e tem duas filhas, segundo ela a atitude prejudica a qualidade do ensino das crianças. “O prefeito está prejudicando a educação das nossas crianças da zona rural, pois mesmo que o decreto seja federal, ele [prefeito] pode deixar de cumprir porque nas outras gestões os outros não fizeram isso”, explicou.

 

A Prefeitura

A secretária de educação Leni Aparecida Souto Miziara foi procurada, porém segundo a assessoria ela está viajando.

Em nota publicada no facebook  oficial da prefeitura, o secretário de Governo, Juvenal Neto, disse que a medida foi necessária para conter gastos, pois a prefeitura precisa resolver o problema do aterro sanitário. “Para se construir um aterro sanitário são necessários recursos e para isso, precisamos conter custos. Foi com dor no coração que o prefeito adotou essa medida, um remédio amargo”, pontuou.

Neto revelou que a medida é transitória e poderá ser revista. “Quando chegar em junho, nas férias escolares, vamos reunir o pessoal técnico, a área de finanças para avaliar a situação”, garantiu Juvenal Neto.

O decreto

De acordo com o decreto de lei de 7 de janeiro de 2014, que regulamenta o transporte coletivo escolar rural, os ônibus só podem buscar os estudantes caso a distância da propriedade com a linha mestre seja superior a três quilômetros ou em casos que a criança seja  portadora de algum tipo de deficiência.

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