
Equipes da Polícia Militar atuaram nesta segunda-feira (15) no desbloqueio do Anel Viário de Dourados, interditado por integrantes da comunidade indígena. A manifestação, que começou na quinta-feira (11) passada, causou a interrupção total do tráfego. Na sexta-feira (12), a rodovia MS-162 foi liberada após a chuva e hoje por volta das 6h, a rodovia foi novamente bloqueada pelos indígenas.
Com bombas e balas de borracha, a PM avançou na direção dos manifestantes que insistiam em permanecer no local. Não há informações de confronto direto entre os indígenas e a polícia.
Uma máquina carregadeira retirou as pedras, madeiras e materiais que foram usados para interditar a pista. Após ser liberada, a polícia se afastava do local, quando os indígenas se posicionaram no meio da rodovia e ameaçaram colocar fogo se algum veículo se aproximasse. A PM voltou a se posicionar com escudos e cassetetes, avançando em direção aos indígenas com bombas.
Nota Oficial da PM
Em nota oficial, a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul informou que a interdição da rodovia ocorreu como forma de protesto após a prisão do ex-candidato ao Governo do Estado pelo PCO nas eleições de 2022, Magno de Souza, indígena suspeito de estupro. O caso, segundo a corporação, segue sob apuração das autoridades competentes.
A PMMS destacou ainda que a atuação policial tem como objetivo garantir o direito constitucional de ir e vir, preservar a ordem pública, assegurar a segurança viária e proteger a integridade física tanto dos manifestantes quanto dos usuários da rodovia e das equipes envolvidas na operação.
Marco Temporal
Os protestos e bloqueios tiveram início na última quinta-feira (11), quando o Supremo Tribunal Federal (STF) encerrou, a fase de sustentações das partes envolvidas em quatro processos que tratam do marco temporal para demarcação de terras indígenas.
Os manifestantes reivindicam demarcação de uma área de retomada, próximo ao Anel Viário, onde vivem cerca de 300 famílias do povo Guarani Kaiowá, e afirmam que só vão liberar totalmente a rodovia serem ouvidos por representantes do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e do Ministério Público Federal (MPF).
Ainda nesta segunda-feira (15), o STF retoma o julgamento das ações que questionam a lei que fixou o marco temporal como critério para a demarcação de áreas indígenas.