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Conflito por terra se intensifica em Caarapó

Conflitos tiveram início no último domingo (21) / Foto: Reprodução/Redes Sociais
Conflitos tiveram início no último domingo (21) / Foto: Reprodução/Redes Sociais

O embate territorial entre indígenas Guarani e Kaiowá e proprietários rurais na região de Caarapó segue gerando tensão na Fazenda Ipuitã, localizada na Terra Indígena Guyraroká. Na quarta-feira (24), nova ocupação do imóvel resultou em acusações graves de ambas as partes, desde destruição de patrimônio até sequestro.

Segundo boletim de ocorrência registrado pelo dono da fazenda, cerca de 60 indígenas, alguns encapuzados e armados com facões e espingardas, teriam invadido a propriedade. Ele afirma que disparos foram feitos, áreas foram incendiadas e um funcionário de confiança permanece desaparecido após ter enviado um áudio no qual relatava estar assustado. O áudio também mencionava fogo em mata próxima à sede da fazenda.

Em sua defesa, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) confirmou a ocupação da gleba e relatou que dois indígenas teriam sido sequestrados e levados até a sede da fazenda, mas que foram liberados após mobilização da comunidade local. O Cimi também sugere que pistoleiros teriam incendiado a mata para incriminar os indígenas.

A ocupação motivou-se, de acordo com o Cimi, por causa de um prazo de 48 horas dado ao proprietário para suspender pulverizações de agrotóxicos nas proximidades da aldeia, prazo que teria expirado sem acordo.

O conflito teve início no domingo (21), porém, no dia seguinte (22), uma Tropa de Choque da Polícia Militar chegou a remover o grupo do local. Mesmo assim, os indígenas retornaram nesta quarta-feira. A Terra Indígena Guyraroká é reconhecida pela Funai como área de ocupação tradicional, mas ainda não teve seu processo de homologação concluído.

Diante da escalada do impasse, o Ministério dos Povos Indígenas solicitou ao Ministério da Justiça e Segurança Pública o envio da Força Nacional como reforço.