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Arroz e feijão cada vez mais caros

Os alimentos considerados básicos para a alimentação dos brasileiros tem variações que chegam a 72%

O feijão tornou-se o alimento mais caro da cesta básica -
O feijão tornou-se o alimento mais caro da cesta básica -

O brasileiro vem pagando cada vez mais caro para ter o arroz com feijão na mesa. Desde janeiro, os grãos, indispensáveis para a maioria das pessoas, vêm assustando os consumidores devido ao alto índice de aumento. Uma pesquisa realizada pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais (Nepes) da Anhaguera-Uniderp mostrou que, em janeiro, um quilo de feijão da marca Carioca Campeão tipo 1 custava em média R$ 2,95. Em março, ele passou para R$ 3,99. Neste mês, o preço saltou para R$ 5,09. A variação do acréscimo é de 72%.

A pesquisa apontou ainda que o arroz, também indispensável para a alimentação diária, tem tido acréscimo mais “tolerável”. No início do ano, um pacote de 5 kg, Tio Bepy tipo 1, custava R$ 6,67. Hoje, custa R$ 7,70. A variação é de 15,48%. O óleo de soja, que faz parte da cesta básica, também teve alta. A variação é de 10,99% na marca Soya Pet de 900 ml. Em janeiro, era possível adquirir o produto por R$ 2,74. Atualmente, ele custa R$ 3,04. Os preços foram pesquisados em supermercados de Campo Grande.
 
De acordo com o coordenador do Nepes, Celso Correa de Souza, o produto que mais vem chamando a atenção do consumidor devido ao preço bastante elevado é o feijão. Ele explicou que em 2011 o produto teve maior produção, mas os baixos preços da época tornaram a agricultura menos atrativa e muitos produtores acabaram desistindo de plantar o grão.

Após esse período, os agricultores que persistiram com a cultura sofreram com contratempos climáticos. No Paraná, por exemplo, maior fornecedor de feijão do Brasil, as safras do período de junho e julho de 2011 foram perdidas por conta das condições climáticas da época. O estado da Bahia, segundo maior fornecedor do grão, sustentou o comércio, mas perdeu sua última safra, produzida entre dezembro do ano passado e março deste ano devido à seca que atinge o solo daquele estado.

Segundo Souza, os dois contratempos seguidos fizeram com que os “poucos grãos” que restaram fossem supervalorizados. “Acaba refletindo no consumidor final”, disse. Mas, o coordenador explicou que os preços devem começar a cair no final do mês de julho. Isso porque, após a má fase dos agricultores do Paraná, uma nova safra deve estar disponível no mercado em julho. “Pode ser que o preço que tínhamos em janeiro não volte mais, entretanto ele deixará de pesar tanto no orçamento das famílias”, explicou. 

ARROZ
Diferentemente do feijão, o arroz não tem sido prejudicado com as mudanças climáticas no Brasil, pois há o suficiente para sustentar o mercado. Ele ainda tem atraído comerciantes do exterior e a alta do dólar tem agradado os produtores desse grão. Segundo Souza, o preço para o consumidor brasileiro subiu porque os agricultores já não fazem tanta questão de abastecer o mercado local. “Ele tem lucrado bastante com a exportação e para manter o mercado no Brasil acaba exigindo um preço semelhante ao que vende para outros países”, explicou. Para o arroz, não há previsão de queda nos preços.