A expansão do cultivo de seringueiras em Cassilândia e Paranaíba vai tornar o extremo norte do Bolsão um polo da borracha. Em Paranaíba, a heveicultura está adotando tecnologias que vão assegurar altos índices de produtividade.
“Estima-se que em 20 anos, a demanda por borracha será muito maior do que a capacidade que países asiáticos terão em atender”, diz o engenheiro agrônomo e instrutor do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de MS – Senar/MS, Antônio de Pádua Alvarenga.
Uma das vantagens no plantio da seringueira é seu longo período de produção, que pode ser intercalado com outras culturas como arroz, milho, feijão, abacaxi, pupunha, café ou consórcio com a pecuária antes da sangria para a coleta da seiva.
Além do grande tempo de produção do seringal e da sua utilização como reserva legal após a sangria, a madeira também pode ser usada na fabricação de móveis, artigos domésticos, como fonte de energia com a sua transformação em carvão e ainda na produção de celulose.
Todas essas vantagens trazem grandes oportunidades aos municípios de Cassilândia e Paranaíba, além de Chapadão do Sul e Costa Rica. Em Paranaíba, o empresário Orismar Tiago da Silva tem 40 hectares plantados e deve começar a produzir em até três anos, com perspectiva de faturar R$ 19 mil/mês.
Em nível nacional, Bahia e Espírito Santo detêm as maiores áreas dos seringais brasileiros, devido à proximidade com as fábricas que processam a borracha, o que facilita o trabalho de logística.
Em Mato Grosso do Sul, o governo do Estado criou o Plano para Desenvolvimento Sustentável de Florestas Plantadas, que define estratégias para o desenvolvimento florestal e prevê o plantio de 1 milhão de hectares de florestas até 2030.
O aumento na demanda já chama a atenção de órgãos como o Senar/MS, que capacita técnicos no setor, e promove ciclos de palestras sobre florestas plantadas, como no caso do Programa Mais Florestas. As agroindústrias também têm voltado a atençãopara o desenvolvimento do setor no Estado.
Para especialistas, é uma questão de tempo até que a heveicultura afirme-se em Mato Grosso dos Sul, mas é preciso investir em capacitação de mão de obra.